quinta-feira, 17 de junho de 2010

Adereços - Dança com Punhal


O punhal é feito de metal e confeccionado especialmente para a dança, também conhecido como adaga. Mas são armas diferentes, o punhal é menor do que a adaga. Pode ser dourado ou prateado e é vendido em lojas especializadas em artigos para Dança do Ventre.
Da mesma forma que a dança da espada, a dança do punhal também possui diferentes lendas e referências históricas, que tornam difícil saber ao certo sua verdadeira origem. Confira a seguir algumas versões:

* Numa versão egípcia, a Dança do Punhal tem caráter ritualístico, em reverência à deusa Selkis, a rainha dos escorpiões, e representa a morte, a transformação e o sexo.
* Na versão turca, diz que as bailarinas usavam o punhal como meio de proteção. Aprisionadas pelo Sultão da Turquia, eram raptadas pelos mouros e levadas a lugares como Haréns, prostíbulos. Lá eram obrigadas a dançarem e, depois, a se deitarem com aqueles que pagassem mais por seus serviços. Para assegurar sua proteção, usavam o punhal enquanto dançavam. Depois o cavalheiro que oferecesse maior quantia por ela ao Sultão poderia tê-la consigo.
* Outra versão é originária do povo cigano, na qual a bailarina dançava com o punhal, circundando o fogo e purificando o ambiente.
* Numa outra versão, essa dança era realizada pela odalisca predileta do Sultão. Para mostrar seu poder às outras mulheres do Harém, ela tomava do Sultão seu punhal e dançava diante de todos. Com isso, ficava provado que ele tinha total confiança nela. Nos haréns, a comunicação entre homens e mulheres era proibida. As mulheres usavam a dança com o punhal como código de linguagem.
*A outra versão mais contemporânea, é se usar o Punhal para expressar sentimentos junto ao significado de uma música cantada, se ela não for cantada você poderá expressar o que quiser segundo a melodia. Se a melodia possuir um tom melancólico, já sabe, expressará melâncolia, sofrimento, se for alegre, poderá expressar sedução, força.
Geralmente a bailarina entra com o punhal escondido na roupa e no meio da dança o retira dançando com ele.
Nas coreografias, em se tratando da versão mais antiga, das mulheres da Turquia, a coreografia deve ser fiel ao contexto que se seguia... mulheres aprisionadas, vendidas, sequestradas. Você terá que se sentir naquela época, lutando por sua liberdade, sua integridade física, pede assim uma coreografia forte, mas sem deixar de ser feminina.
Já na versão mais contemporânea, a coreografia somente obedece ao sentimento da bailarina, a sua interpretação, o Punhal como acessório, contundente, ao que ela quer demonstrar. Com a simbologia do que quer demonstrar ao seu público.
Se você optar por uma música cantada, traduza-a, sinta sua mensagem e coreografe-a, dance-a com seu punhal tentando mostrar ao público a tradução daquela música... sem palavras... só pela emoção de sua dança!
Ás vezes no meio da dança uma ou mais bailarinas podem simular uma luta com o punhal.
Não se dança geralmente ao som de músicas muito animadas ou alegres, como solos de derbak ou músicas folclóricas. Usam-se mais músicas não muito aceleradas, e que tenham um certo grau de mistério, para combinar com a dança. Além disso, não há um ritmo definido para esta dança.
Pelo punhal ser um objeto que representa combate ou defesa, a dança pode acompanhar tal sentimento, ou seja, de alguém se defendendo, numa dança forte, carregada de sentimentos, bem expressiva.
Não há um traje específico, portanto pode ser dançada com uma roupa típica de dança do ventre de duas peças, com uma segunda pele cobrindo o ventre, bem como com um vestido, não é aconselhável a dança, com o ventre descoberto, por respeito a história de mulheres que sofriam, como relatamos em uma das versões.
A bailarina movimenta, manuseia e segura o punhal de diferentes maneiras durante a dança, sempre tentando dar uma interpretação introspectiva, de mistério, de luta, batalha, proteção.
Significado de alguns movimentos com o punhal na versão mais moderna:
* Punhal com a ponta para fora da mão: a bailarina está livre;
* Punhal com a ponta para dentro: está escravizada;
* Punhal no peito: demonstração de amor, paixão;
* Punhal no meio dos seios com a ponta enfiada no decote: desejo, sexo, paixão;
* Punhal na testa, com a ponta para baixo: magia, sexto sentido;
* Punhal na horizontal da testa: morte;
* Punhal nos dentes: desafio, destreza ;
* Equilibrar o punhal no ventre: destreza ;
* Bater o punhal na bainha: chamado para dança;
* Passar o punhal pelo corpo: sedução, sensualidade;
* Punhal coma ponta no quadril: força feminina;
* Desenhar círculos no ar com o punhal: limpeza energética astral;
* Passar a lâmina rente ao próprio pescoço: ameaça de morte.
Tempestade Lunar
(Viviane Braga)

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