domingo, 30 de junho de 2013

O sagrado, a menstruação e formas de pensar o Feminino

Menstruação, o quanto você sabe?
Esse texto também é para você, homem.
por Bia F. Carunchio
 
Menstruei aos 12 anos. Assim, em casa, numa tarde chuvosa depois da escola. Minha mãe reagiu me dando os parabéns e dizendo que a partir daquele dia eu era uma mulher forte que podia fazer qualquer coisa Tão forte que poderia até mesmo criar outra vida em meu próprio corpo. Fiquei mega animada! Eu não via a hora de menstruar! No dia seguinte fui contar para as amigas, e uma delas, pouco mais velha, interrompeu assustada. “Cala essa boca, os meninos vão ouvir e eles não podem saber desses assuntos!” E segurou meu braço e me arrastou para o banheiro. E junto vieram as outras meninas. Mas me enganei quando pensei que podia contar minha novidade. Porque, para a minha surpresa, as garotas “maiores” que eu tanto admirava falavam por códigos, mesmo na privacidade do banheiro feminino da escola. Esses assuntos, coisas de mulher, aqueles dias… e mais uma porção de códigos para não dizer menstruação.
Hoje, olhando para trás, ainda hoje fico surpresa com os pudores em discutir o tema entre as próprias adolescentes (e olha que minha experiência nem aconteceu há tanto tempo assim, foi bem no finzinho dos anos 90, o mundo já era “liberal”!). Aliás, fico ainda mais surpresa quando conto sobre isso a amigas ou quando trago à tona o tema “menstruação” e a maioria olha com uma mistura de susto e nojo que sempre me faz sentir quase um peixe fora d’água. Falar sobre um tema (qualquer tema), é uma forma de torná-lo parte da nossa realidade. Através das palavras, nos apropriamos de algo, como se a gente dissesse “de alguma forma isso faz parte de mim e da minha realidade”. Por que não podemos falar? E por que quando falamos temos de usar outros nomes? A maioria dos psicólogos concorda que sempre que se usa uma metáfora ou outro nome para falar de algo, é porque a coisa sobre o que se fala gera tensões e conflitos. Há mesmo necessidade desse excesso de pudores em 2013?
Como curiosidade e também como parte de um projeto em que estou trabalhando, coletei alguns dos nomes usados para falar sobre menstruação, e alguns deles me deixaram horrorizada. Não só porque os nomes que usamos têm relação com a forma como lidamos com a menstruação e o feminino, mas também porque são as palavras que constroem nosso mundo (sim, como “palavras mágicas”), e fica a dúvida, o que estamos fazendo com a nossa realidade e com nós mesmos? Confiram alguns dos nomes, que separei pela forma como interpreto:
- Nomes que geram dores e desconfortos (notem que são muito usados por mulheres que se queixam de cólicas e outros sintomas): incômodo, castigo, sangria, a derrota, estar com um machucado, estar doente, estar nervosa/estressada, não estar nos melhores dias, “o período crítico do mês” (porque todos os outros períodos do mês são fáceis e alegres o tempo todo…), a maldição/a maldita, a praga, estar indisposta…
- Nomes que desqualificam o feminino, afastando a mulher do poder que tem sobre si mesma: aqueles dias (qualquer semelhança com as campanhas publicitárias e o discurso alienante da grande mídia NÃO é mera coincidência), estar impura, receber uma visita, receber a visita da sogra (confesso que ri), mOnstruação, estar no vermelho, sinal vermelho, regras, estar impossibilitada, estar soltando tinta, fechada para balanço, estar interditada, estar de fraldinha (um bebê incapaz de fazer suas escolhas?), bandeira vermelha, estar fora de uso (para mim, o mais chocante).
Acho importante contar que todos esses nomes usados para falar de menstruação foram ditos por mulheres. Quando tentei fazer a mesma pesquisa com homens, a maioria apenas riu e não quis dizer nada. Gente, que realidade é esta que estamos construindo? Por que a condição da mulher precisa ser assim? Ou é algo alienante (reparem nas propagandas de absorventes. O maior apelo é esconder o nosso ciclo! Tudo muito discreto e limpinho); ou então, dores e mais dores. “Mulher sofre”, é o que dizem. Claro que “só” mudar o nome que damos à menstruação não resolve todos os nossos problemas, mas é um ótimo começo para quebrar preconceitos e tabus, inclusive os nossos próprios. E, acreditem, temos muitos!
Olhando para as mitologias numa perspectiva histórica, podemos perceber as transformações na mentalidade dos grupos humanos que nos levaram a pensar sobre questões como a menstruação da forma como fazemos hoje. Por que olhar para os mitos e não para a história concreta? Porque se queremos saber sobre a mentalidade, temos que olhar como as pessoas pensavam e como viam a realidade, e isso se reflete com clareza nas religiões e mitos.
- 20 mil a 8 mil anos a.C., temos a mitologia animal. O ser humano era nômade e vivia da caça e coleta. Assim, cultuar deuses com formas de animais era uma forma de honrar os animais que deram suas vidas pela sobrevivência da tribo, tornando a caça algo sagrado para o grupo. Também eram comuns nessa época os totens. Não confundir com civilizações como a egípcia, cujos deuses mesclam partes humanas e animais. Isso provavelmente é um resquício de grupos anteriores, pois os egípcios não eram nômades e nem dependiam apenas da caça e coleta para sobreviver.
- 8 a 4 mil a.C., passou-se a viver em pequenas aldeias rurais. Assim, as pessoas dependiam da fertilidade da terra para viver. Surgem as deusas, em especial deusas mães, deusas das colheitas, dos campos, das águas, das estações… A terra passa a ser associada à mulher: ambas podem gerar vida! A terra passa a ser vista como a mãe que nos alimenta, nos protegendo na vida e nos acolhendo na morte. A menstruação ganha destaque, passa a ser visto como algo sagrado, como um sinal de que a mulher que menstrua é tão fértil quanto a terra e as deusas. Os rituais passam a focar elementos que garantem a fertilidade e a continuidade da vida. Também surgem as celebrações de ciclos (plantio e colheita, estações do ano, fases da lua, fases da vida, ciclo da mulher…)
- 4 mil a.C. em diante, surgem as sociedades patriarcais. Os mitos começam a ser escritos, assim como as leis, os “mandamentos”, os conhecimentos de cada povo… Surgem ou ganham força as chamadas “grandes civilizações” e, com elas, as relações políticas. Entram em evidência a luta pela conquista (de terras, de escravos, de outros povos…) e os jogos políticos. O foco passa a ser o masculino e o homem passa a ser uma espécie de “ser humano padrão”. A mulher, por outro lado, passa a ser “demonizada”, sobretudo a mulher forte, que luta para se impor e ser reconhecida com igualdade. Muitas das deusas clássicas são interpretações que os povos desse período (entre outros, gregos e romanos) deram a deusas de povos matriarcais. Gaia deixou de ser uma das maiores deusas de povos mais antigos, que atuava no Oráculo de Delfos, para se tornar apenas a terra. Zeus se tornou líder com seus raios, e Apolo “herdou” o Oráculo. Outro exemplo é Hera, que deixou de ser a grande rainha, uma líder muito respeitada e digna, para ser reconhecida apenas como a esposa ciumenta (e traída) de Zeus. Nesse processo de mudança, as sociedades foram se tornando cada vez mais complexas e burocráticas, restando cada vez menos espaço para os valores tradicionalmente associados ao feminino. A visão da realidade e da vida como um conjunto de ciclos deu lugar a um tempo linear e horizontal, que isola o ser humano do seu passado, de sua história e de seus ciclos.
Hoje em dia, no entanto, a situação começa a mudar mais uma vez. O mundo é feito de ciclos. Ideias e valores ligados ao sagrado feminino ganham força em diversos planos da sociedade. Nas religiões, destacam-se movimentos religiosos voltados para o culto a deusas (como diversos ramos do paganismo). Aliás, podemos ver isso mesmo em religiões mais masculinas, como no cristianismo, em que Nossa Senhora ganha destaque e muitos devotos. Na esfera sociopolítica, surgem e se fortalecem alianças entre governos e empresas, o incentivo da amizade entre os povos, começa a existir a preocupação com a preservação de tradições culturais… Sem falar nas lutas por respeito e pelos direitos das minorias, movimentos pela paz, pela preservação da natureza e pela ecologia… Também na vida individual se percebe esse movimento de retorno a valores típicos do sagrado feminino. Se, por exemplo, nos anos 80 o que importava era construir uma carreira profissional brilhante e ocupar cargos mais altos nas empresas, hoje vemos também a preocupação com o lado das relações, dos momentos agradáveis entre familiares e amigos, que o filósofo contemporâneo Jurgen Habermas chama de “mundo da vida” (o mundo das relações tranquilas e não burocráticas, em que podemos “apenas” ser a gente mesmo). Note como até mesmo as construções mais atuais são projetadas com diversos espaços que promovam a convivência entre as pessoas. É nesse mundo da vida, fora de toda a burocracia e de toda aquela coisa formal que as relações acontecem. E se vamos pensar em sagrado feminino, essas relações amigáveis e sem hierarquias rígidas são muito importantes, pois é nelas que a vida acontece e os ciclos se revelam.
Mas e a menstruação? E as mulheres? As mulheres estão no meio de todo esse processo. E continuaram e continuam menstruando, engravidando, parindo e passando pela menopausa durante todos esses milênios. Mas dá para notar que a maneira como passaram por isso mudou muito ao longo da história. A mulher de hoje acumula muitas funções, e é cobrada que se saia com perfeição em cada uma delas. Tem que ser a mãe amorosa e cuidadosa que nunca perde a paciência, a profissional de destaque na área em que trabalha, a dona de casa eficiente, a esposa doce e amorosa, a amante vigorosa, a amiga que está sempre lá para nós… ah! E ai dela se não terminar o dia linda e perfeita! E maquiada. E magra. E sorrindo.
Não é de admirar o aumento absurdo de queixas ligadas ao ciclo menstrual. Como psicóloga costumo dizer, sempre que não damos a devida atenção a uma parte nossa, essa parte grita por ajuda. E com o ciclo menstrual não é diferente, pois ele é parte de quem somos, a forma como lidamos com o nosso ciclo indica a forma como lidamos com o nosso corpo e com a nossa sexualidade. No popular: se nem com a gente mesma nós lidamos bem, como esperamos que nossos relacionamentos sejam legais? Não dá…
Mas depois de falar tudo isso, como podemos lidar bem com a menstruação? Meninas (e meninos também, por que não?) leiam com atenção: o primeiro passo é entender de uma vez por todas que a menstruação é parte de quem somos, é parte do ser humano e dos nossos ciclos. Não é nojento. O sangue menstrual é o mesmo sangue que corre em nossas veias. Por que um corte no dedo não é nojento (tem pessoas que até lambem!) e a menstruação é? Antes a menstruação era símbolo de poder. O pó mágico das bruxas muitas vezes era sangue menstrual seco e reduzido a pó. Sacerdotisas de diversos povos costumavam mesclar uma gota de suas menstruações ao vinho e bebê-lo com seu grupo de sacerdócio, para que na encarnação seguinte voltassem a se encontrar. Assim que o ser humano passou a criar ritos funerários para seus mortos (o que marca o início da religiosidade, com a ideia de que, se havia rito, na certa havia crenças ao redor desse rito), era frequente que se untasse o cadáver com sangue menstrual. Do útero da mãe ao útero da mãe-Terra. O que há de nojento num símbolo tão bonito e libertador? Transformar a menstruação em algo nojento foi um golpe baixíssimo. Sem os nossos ciclos perdemos a noção de história e de futuro, vivemos um eterno presente onde nada faz sentido.
Mas voltando à nossa proposta, seguem algumas sugestões de “novas” formas de lidar com o feminino. Muitas dessas ideias são direcionadas mais às mulheres (como o diário menstrual), mas eu gostaria muito que os homens também lessem. Ficaria muito satisfeita de ver homens envolvidos com este tema e refletindo aqui conosco. Masculino e feminino são lados que todos nós temos, independente do sexo, gênero, orientação sexual, etc. Ah, e quero deixar claro que são apenas sugestões. Você pode (e deve!) alterar o que achar necessário, o mais importante é se sentir confortável com as atividades propostas e respeitar o seu momento.
1- Lembre-se de como foi a sua primeira menstruação. Como você reagiu? Como outras pessoas reagiram e como essa interação te marcou? Lembre, por exemplo, dos comentários e ideias que te foram passados sobre sua nova condição de mulher. Faça algo para representar esse momento (escrever sobre ele, contar a uma amiga querida, fazer um desenho…). Para os homens, pode ser interessante pensar sobre como você participou ou gostaria de participar da primeira menstruação de meninas próximas (irmãs, filhas…).
2- Homens: como você lida com a menstruação de sua companheira? Isso diz muito sobre como você lida com as mulheres que fazem parte da sua vida (companheira, filha, mãe, irmã, amigas…).
3- Mulheres: criem o costume de conversar sobre suas menstruações e seus ciclos. Experimentem conversar sobre este tema, trocar experiências e pensamentos. Isso nos aproxima umas das outras de uma forma fraterna que faz falta a muitas de nós no mundo de hoje, vamos nos conhecendo umas as outras e nos reconhecendo nas vivências das colegas. Mas, principalmente, isso nos aproxima de nós mesmas e do nosso próprio ciclo. Isso ajuda a gente a se conhecer melhor, lembrem-se do que eu comentei no início, as palavras criam a nossa realidade. Portanto, usem suas palavras sem medo e sem pudores, Criem uma realidade saudável e agradável para vocês.
4- Outra para as mulheres: já repararam como muitas de nós conhecem pouco o próprio corpo? Sabem muito muito sobre o que é a menstruação. Na minha experiência clínica como psicóloga, muitas vezes meninas entrando na adolescência (e até mulheres bem mais velhas) me perguntam coisas sobre o corpo da mulher. Não, o absorvente interno não vai “se perder lá dentro”. Sim, algumas vezes a nossa menstruação pode atrasar ou adiantar alguns dias, principalmente em épocas de maior estresse e de emoções mais intensas. As mulheres não conhecem seus corpos! E o pior, muitas nem sequer se interessam em conhecer! Uma atividade interessante, que costumo sugerir às minhas pacientes quando temas assim surgem, é pegar um espelhinho q colocar no chão. Então tire suas roupas e se abaixe com os joelhos bem abertos, tendo o espelhinho entre seus pés. Explore sua vagina. Esta é uma parte diferente do resto do nosso corpo, pois não estamos acostumadas a vê-la e a cultura patriarcal não nos incentiva a conhecer. Conheça. Sem medo e sem vergonha, ok? Este é um momento da sua intimidade que pode sim ser vivido e desfrutado.
Deixei para o final a dica de que gosto mais, o diário de saúde, diário menstrual ou ainda diário vermelho, como preferirem. Isso nada mais é do que um caderninho onde anotamos todos os dias dados sobre o nosso ciclo e a nossa saúde. Vou contar como organizo o meu. Outra vez, sintam-se livres para mudar o que quiserem no de vocês. Cada uma tem suas necessidades, que se mostram a nós conforme nos conhecemos melhor. Mas vamos ao diário! No meu eu costumo anotar assim:
Data, fase da lua e dia do meu ciclo (lembrando que o dia 01 é o primeiro dia de menstruação).
Dados de saúde física – Nessa parte entram sintomas (cólicas, dores, alergias, etc.), medicamentos que você tomou nesse dia, algo diferente que você comeu, práticas esportivas… Mas também dados mais sutis, como sentir mais frio ou mais calor que de costume, qualidade do sono, cansaço, etc.
Mental – Dados como o seu nível de concentração e atenção, criatividade, foco… Repare que em alguns dias ficamos super aéreas, já em outros tudo flui e temos mais foco nas nossas atividades do dia a dia.
Emocional – Como você está emocionalmente? Tristeza, alegria, animação, ansiedade, raiva… Ou tudo isso junto e um pouco mais? Eu, pessoalmente, gosto de escrever um pouquinho sobre o que mexeu com as minhas emoções, em especial quando algo fora do comum acontece.
Espiritual – Dados e práticas espirituais (orações, meditações, participação em rituais e celebrações, visitas a lugares sagrados, etc.). Uma religiosidade equilibrada também conta para manter a saúde física e psicológica.
É interessante manter esse diário por pelo menos 6 meses. Acho bom mantê-lo sempre. Ajuda no autoconhecimento e nos torna pessoas ativas nos cuidados com a nossa saúde. Conforme passam os ciclos, descobrimos coisas curiosas sobre nós mesmas. Provavelmente você passará a ver o seu ciclo de outra forma e a lidar com ele de maneira mais harmoniosa. Talvez prefira começar a usar absorventes reutilizáveis (de pano) ou um coletor menstrual, deixando de lado os descartáveis e, com eles, a ideia de que nosso sangue é lixo…
Deixei para o finzinho do artigo uma visão mais libertadora da menstruação. Lembram da pesquisa que fiz sobre os nomes que as mulheres dão à menstruação? Inconformada, fui atrás de nomes mais felizes… e encontrei! Na China antiga, a menstruação era chamada de “águas sagradas”. Já em outros povos, é feita uma associação com a lua: os nativos norte-americanos dizem que a mulher que menstrua tem o seu “tempo de lua”, já no Congo, enquanto menstrua a mulher é “abençoada pela lua”. Acho que muitos de vocês já ouviram falar da associação que muitos povos fazem entre a lua e a mulher (na grande maioria dos povos, deusas personificam a lua, e não deuses). A lua tem ciclos e fases como a mulher. E esses ciclos e fases atuam sobre a vida na terra, as marés são um exemplo claro disso. Então, se pensamos a lua como uma mulher, podemos imaginar a lua cheia como a fase fértil do ciclo (lembrando, a fase fértil do nosso ciclo menstrual é a metade do nosso ciclo). Assim, a fase da lua escura seria os dias anteriores à menstruação, o período pré-menstrual. Época em que se manifestam as sombras… Para a psicologia, a sombra é aquele lado nosso que fica “escondido” no nosso inconsciente. Na nossa sombra podem existir conflitos, medos e raiva… Mas entre eles também podemos encontrar lados nossos e até talentos que não conhecíamos. É saudável deixar a nossa sombra aparecer, trazê-la para a luz. Ela pode se revelar nos nossos sonhos e sintomas. E, no caso das mulheres, no nosso período pré-menstrual, quando a “nossa lua” está escura. Como é o seu período pré-menstrual? Sente mais as tensões e pressões do dia a dia? Ou costuma ficar mais forte e confiante? Talvez mais sociável, mais sensível… O que está na sua sombra? Uma boa olhada no seu diário menstrual pode ajudar muito a descobrir isso e a trazer esses conteúdos seus para o consciente, isto é, conhecê-los e aceitar que são parte de nós.
Mais uma coisinha… Prestem atenção aos seus sonhos, meninas! Eles mudam ao longo do nosso ciclo. Na maior parte do ciclo, aparecem nos nossos sonhos os símbolos da “deusa branca”. Símbolos de fertilidade, sobre o tornar-se mulher e sobre ciclos. Mas durante o período menstrual e pré-menstrual aparecem bastante os símbolos da “deusa escura”, ligados à morte, destruição, águas escuras/escuridão… enfim, são símbolos ligados ao fim de um ciclo, que precisa terminar para que o próximo possa começar. Os símbolos do sagrado feminino geralmente não são o tema central do sonho, mas quase sempre estão escondidos no cenário, nas situações e até em palavras, basta saber procurar. Esses símbolos dos nossos sonhos contam muito sobre como anda o nosso interior.
Com atividades simples como o diário menstrual, recuperamos o contato com o nosso ciclo, pois nos envolvemos com ele. Aliás, além do contato, tomamos consciência, nos apropriamos do nosso ciclo e tomamos em nossas mãos o poder que temos sobre nós mesmos. E esse poder nada nem ninguém nos tira.
Bia F. Carunchio
Psicóloga e Neuropsicóloga
Mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP
E-mail: be_carunchio@yahoo.com.br
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segunda-feira, 10 de junho de 2013