4º Mistérios das Deusas
Meleah Laff
O Meleah Laff (também encontrado como Meleya Laff, Mileya Laff, Melaya Laff ou Melea Laf) é um estilo de dança oriundo do Egito, mais especificamente a dança caricatural das mulheres de Alexandria visando atrair os marinheiros no porto.
Umas das formas de distinguir uma música certa para este estilo, por exemplo, é identificar o nome desta cidade na sua letra (Iscandaria = اسكندريه), visto que os ritmos que podem o compor são bem comuns nas músicas árabes, como o baladi (sempre presente), e também o malfuf que o marca bastante, também usado em outros estilos.
Há dois tipos distintos dessa dança:
Do Cairo:
Onde as palavras chave são rio e deserto.
Cairo, uma cidade moderna e agitada, das mulheres mais liberais, que frequentam o mercado de Khan El Khalili. O Meleah do Cairo é mais engraçado, despojado, uma vez que a mulher é mais debochada, exagerada nos seus gestos. Interpreta-se uma mulher simples e brejeira. Nos filmes árabes antigos essa mulher sempre aparece solteira e em busca de um marido, rodeada de amigas, gosta de sair, ir às compras e flertar com os rapazes. Usa muitas jóias, brincos, pulseiras e anéis.
Nesse caso as músicas que podem ser usadas para esse tipo de coreografia incluem pop árabe de Hakim, Amro Diab e outros. Os ritmos mais usados são acelerados, fallahi ou malfouf. Muitas vezes aparece um said no meio, é bom ficar atenta.
Alguns documentos afirmam que essa dança é característica precisamente da região de Ghouria, próxima ao Cairo.
Da Alexandria:
Onde as palavras chave são vento e mar .
Na década de 40, Alexandria era a capital do veraneio, invadida por turistas ávidos por suas praias e balneários. Nessa época o meleah estava na moda e fazia parte do vestuário das mulheres, mas o clima quente obrigava-as a usarem um vestido leve por baixo daquele pano grosso.
Ao montar sua coreografia de Meleah Laff, é extremamente importante observar a personalidade dessas mulheres. As moças de Alexandria eram conhecidas e admiradas por sua beleza, charme e força. Eram independentes e costumavam andar sozinhas. Dessa forma, o Meleah da Alexandria é mais discreto, e o lenço é trabalhado com esmero. As músicas para esse número normalmente apresentam uma parte especial para a apresentação masculina. Normalmente essa dança interpreta a ligação das pessoas com o mar.
A mulher da Alexandria é retratada como aquela que vive à espera do marinheiro dos seus sonhos, que está sempre no mar trabalhando. Por isso é retratada na maioria das vezes sozinha.
As músicas do Meleah da Alexandria falam de amor, do mar, da pesca, do cotidiano. Algumas palavras chaves que você pode tentar detectar nessas músicas:
- Escandarani (Alexandria)
- Galabia (vestido)
- Buró ( chador)
- Meleah (lenço ou véu)
O nome Meleah Laff significa "lenço enrolado", denominando este estilo como "dança do lenço enrolado". A bailarina ostenta em seu figurino este lenço, com o qual realiza os movimentos que caracterizam a dança: ela o gira, o prende junto ao corpo realçando suas curvas, o transpassa entre as pernas, tudo é um jogo da sedução. O figurino então é característico: vestido curto de babados e justo, chador para cobrir o rosto (espécie de véu pequeno de crochê que se amarra na cabeça e durante a dança geralmente é colocado para trás), uma tiara na cabeça (com flores artificiais, pompons, entre outros para enfeitá-la) o tradicional véu do meleah, maior (em comprimento), mais pesado e com medalhinhas ou pastilhas nas pontas para dar brilho, e tamancos (mas não muito altos para não atrapalhar a dança). Os vestidos podem ser pretos ou coloridos, floridos, o véu que é sempre preto, representando estas mulheres do Egito que andavam pelas ruas enroladas num véu preto da mesma forma que as bailarinas entram para iniciar sua performance (uma ponta presa embaixo do braço e a outra cobrindo a cabeça).
Essa dança ficou erroneamente conhecida na atualidade como a dança do chiclete! Puro engano da parte de algumas dançarinas que não conhecem a cultura árabe. O fato de divulgarem como "dança do chiclete", refere-se a uma característica única que faz parte dessa dança, o fato da dançarina entrar mascando MISK (resina de uma árvore das terras árabes). No co-meço da divulgação em público dessa dança as moças do Cairo, mais precisamente filhas de pescadores e moradoras do cais do porto, iam mostrar sua dança como uma forma de ganhar dinheiro para o sustento de suas famílias, pois muitos pescadores morriam devido às condições precárias de trabalho, deixando assim suas famílias com filhos pequenos passando por dificuldades. Então as moças iam até os bares para mostrar aos marinheiros a sua dança, com isso ganhar o sustento para seus irmãos. Como tambem estavam a algum tempo sem alimento, mascavam essa resina , o misk, para perfumar o hálito e enganar o estômago. Esse hábito existe até os dias de hoje, personificando a dança como costume local mesmo. Porém atualmente já existe um chiclete industrializado que utiliza essa resina como base para seu sabor que é unico e agrádavel.
Para dançar Meleah Laff é necessário esbanjar alegria e charme. É preciso ser provocante, sorrir, ter entusiasmo na dança. Como nela se interpreta um estereótipo, temos um estilo carregado de gestos, olhares, posicionamentos que dizem mais do que a dança em si: encarna-se aquela mulher livre, que está se divertindo ao chamar a atenção, que cativa com sua aparência impetuosa. Meleah sem interpretação não é Meleah de fato, à primeira vista ele parece não ter mistério, mas envolve aquele quê a mais que qualquer bailarina deveria ter. Não tem jeito, para dançar Meleah Laff tem que arrasar!
Umas das formas de distinguir uma música certa para este estilo, por exemplo, é identificar o nome desta cidade na sua letra (Iscandaria = اسكندريه), visto que os ritmos que podem o compor são bem comuns nas músicas árabes, como o baladi (sempre presente), e também o malfuf que o marca bastante, também usado em outros estilos.
Há dois tipos distintos dessa dança:
Do Cairo:
Onde as palavras chave são rio e deserto.
Cairo, uma cidade moderna e agitada, das mulheres mais liberais, que frequentam o mercado de Khan El Khalili. O Meleah do Cairo é mais engraçado, despojado, uma vez que a mulher é mais debochada, exagerada nos seus gestos. Interpreta-se uma mulher simples e brejeira. Nos filmes árabes antigos essa mulher sempre aparece solteira e em busca de um marido, rodeada de amigas, gosta de sair, ir às compras e flertar com os rapazes. Usa muitas jóias, brincos, pulseiras e anéis.
Nesse caso as músicas que podem ser usadas para esse tipo de coreografia incluem pop árabe de Hakim, Amro Diab e outros. Os ritmos mais usados são acelerados, fallahi ou malfouf. Muitas vezes aparece um said no meio, é bom ficar atenta.
Alguns documentos afirmam que essa dança é característica precisamente da região de Ghouria, próxima ao Cairo.
Da Alexandria:
Onde as palavras chave são vento e mar .
Na década de 40, Alexandria era a capital do veraneio, invadida por turistas ávidos por suas praias e balneários. Nessa época o meleah estava na moda e fazia parte do vestuário das mulheres, mas o clima quente obrigava-as a usarem um vestido leve por baixo daquele pano grosso.
Ao montar sua coreografia de Meleah Laff, é extremamente importante observar a personalidade dessas mulheres. As moças de Alexandria eram conhecidas e admiradas por sua beleza, charme e força. Eram independentes e costumavam andar sozinhas. Dessa forma, o Meleah da Alexandria é mais discreto, e o lenço é trabalhado com esmero. As músicas para esse número normalmente apresentam uma parte especial para a apresentação masculina. Normalmente essa dança interpreta a ligação das pessoas com o mar.
A mulher da Alexandria é retratada como aquela que vive à espera do marinheiro dos seus sonhos, que está sempre no mar trabalhando. Por isso é retratada na maioria das vezes sozinha.
As músicas do Meleah da Alexandria falam de amor, do mar, da pesca, do cotidiano. Algumas palavras chaves que você pode tentar detectar nessas músicas:
- Escandarani (Alexandria)
- Galabia (vestido)
- Buró ( chador)
- Meleah (lenço ou véu)
O nome Meleah Laff significa "lenço enrolado", denominando este estilo como "dança do lenço enrolado". A bailarina ostenta em seu figurino este lenço, com o qual realiza os movimentos que caracterizam a dança: ela o gira, o prende junto ao corpo realçando suas curvas, o transpassa entre as pernas, tudo é um jogo da sedução. O figurino então é característico: vestido curto de babados e justo, chador para cobrir o rosto (espécie de véu pequeno de crochê que se amarra na cabeça e durante a dança geralmente é colocado para trás), uma tiara na cabeça (com flores artificiais, pompons, entre outros para enfeitá-la) o tradicional véu do meleah, maior (em comprimento), mais pesado e com medalhinhas ou pastilhas nas pontas para dar brilho, e tamancos (mas não muito altos para não atrapalhar a dança). Os vestidos podem ser pretos ou coloridos, floridos, o véu que é sempre preto, representando estas mulheres do Egito que andavam pelas ruas enroladas num véu preto da mesma forma que as bailarinas entram para iniciar sua performance (uma ponta presa embaixo do braço e a outra cobrindo a cabeça).
Essa dança ficou erroneamente conhecida na atualidade como a dança do chiclete! Puro engano da parte de algumas dançarinas que não conhecem a cultura árabe. O fato de divulgarem como "dança do chiclete", refere-se a uma característica única que faz parte dessa dança, o fato da dançarina entrar mascando MISK (resina de uma árvore das terras árabes). No co-meço da divulgação em público dessa dança as moças do Cairo, mais precisamente filhas de pescadores e moradoras do cais do porto, iam mostrar sua dança como uma forma de ganhar dinheiro para o sustento de suas famílias, pois muitos pescadores morriam devido às condições precárias de trabalho, deixando assim suas famílias com filhos pequenos passando por dificuldades. Então as moças iam até os bares para mostrar aos marinheiros a sua dança, com isso ganhar o sustento para seus irmãos. Como tambem estavam a algum tempo sem alimento, mascavam essa resina , o misk, para perfumar o hálito e enganar o estômago. Esse hábito existe até os dias de hoje, personificando a dança como costume local mesmo. Porém atualmente já existe um chiclete industrializado que utiliza essa resina como base para seu sabor que é unico e agrádavel.
Para dançar Meleah Laff é necessário esbanjar alegria e charme. É preciso ser provocante, sorrir, ter entusiasmo na dança. Como nela se interpreta um estereótipo, temos um estilo carregado de gestos, olhares, posicionamentos que dizem mais do que a dança em si: encarna-se aquela mulher livre, que está se divertindo ao chamar a atenção, que cativa com sua aparência impetuosa. Meleah sem interpretação não é Meleah de fato, à primeira vista ele parece não ter mistério, mas envolve aquele quê a mais que qualquer bailarina deveria ter. Não tem jeito, para dançar Meleah Laff tem que arrasar!
Tempestade Lunar
(Viviane Braga)
Marcadores: Danca do Ventre