Primordialmente, na época do matriarcado, a dança primitiva tinha no corpo o local da expressão divina. Para os antigos povos, politeístas, havia uma deusa-mãe criadora multifacetada, de modo que se manifestava através das “faces da eternidade”, ou seja, mitologicamente, através de nomes e funções diferentes. A História nos informa sobre manifestações diversas de deusas tríplices, cujas faces representavam os ciclos da vida com nascimento, vida e morte/renascimento (a virgem, a mulher e a anciã).
Povos politeístas acreditam em deuses como a personificação dos fenômenos naturais, estabelecendo uma relação com a Natureza significativa, respeitosa e espiritual.
Algumas fontes populares nos informam que no Egito, passou dos templos para os palácios dos faraós, tendo provavelmente se popularizado entre as ruas e os mercados. Acredita-se que as sacerdotisas da época ensinariam às mulheres do povo os movimentos ondulatórios de uma dança de fertilidade para facilitar o parto.
Outras fontes contradizem aparentemente esta informação, quando afirmam que a dança do ventre chegou ao Egito através das Ghawazee, ciganas andarilhas originárias da Índia, sendo que anteriormente, o que se existia era as formas da dança religiosa, cujas inscrições nas paredes das antigas construções egípcias, falam de festividades em que se executavam movimentos acrobáticos – que em nada se assemelhavam à dança do ventre.
É possível, porém, que num período anterior ao início do governo faraônico existissem ritos de fertilidade na região (este culto é confirmado pela História em todas as sociedades agrárias que seguiam o calendário lunar), que também estivessem ligados à realização de alguns movimentos semelhantes aos da dança atualmente conhecida – o que pode nos levar à idéia de que alguns movimentos dela já existiam, e, com a chegada das Ghawazee, eles teriam sido incorporados a uma nova forma de expressão, que se estruturou a partir das novas condições culturais e se regionalizou em diversas partes do país.
Portanto, sabemos que o Egito, teve uma importante colaboração na Dança do Ventre, é fato, pois foi lá que a Dança do Ventre teve sua maior propagração, saindo dos templos, para as festas palacianas, afim de alegrar as festas e seus grandes reis, mas nao podemos afirmar, que foi lá o seu berço, pois nao há documentos que provem o país de surgimento desta arte milenar.
Tempestade Lunar
(Viviane Braga)
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