terça-feira, 11 de maio de 2010

As influências estrangeiras sobre a Dança do Ventre



Continuando à falar sobre a história da Dança do Ventre... a mesma sofreu uma "ocupação estrangeira" podemos assim dizer...
Diversos artistas e exploradores como o francês Louis Cassas, armazenaram uma série de descrições sobre o Egito e as dançarinas locais. Cassas foi um dos primeiros estrangeiros que chegou a desenhar as Ghawazee.
De acordo com as manifestações políticas e religiosas de épocas diversas, foi reprimida ou cultuada, e, embora tenha alcançado grande prestígio, o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a dança por ser considerada provocante e impura.
Quando Bonaparte invade o Egito, em maio de 1798, a situação se complica para as dançarinas, porém, com a evasão de muitas, o Ocidente acaba sendo beneficiado. “Uma grosseira e indecente expressão, de intoxicação sensual”, é a descrição de um dos generais de Napoleão se referindo à Dança do Ventre, durante a ocupação francesa no Cairo.
Neste período, os invasores estrangeiros encontraram duas classes (as mais conhecidas) de dançarinas: havia as Awalim (plural de Alma, Almeh ou Almah), que eram consideradas muito cultas e inteligentes para a época, apresentando-se somente para audiências femininas, cortesãs de luxo que faziam parte da elite dominante, como as gueixas do Japão, e fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram; e as demais, que eram dançarinas populares, as Ghawazee (plural de Ghazeya), que também se prostituíam, e entretinham os soldados.
As Ghawazee conquistaram a antipatia de Napoleão, passaram a ser consideradas como uma peste e podiam ser encontradas em qualquer ponto da cidade. Na realidade, elas descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial.
Napoleão e seus generais, temendo que isso ultrapassasse os limites do normal, e atrapalhasse o descanso de seus soldados, proibiram-nas de se aproximarem das barracas do exército. Como muitas não respeitaram as novas regras, as medidas tomadas tiveram uma consequência violenta – e em massa: quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e tiveram suas cabeças lançadas ao Nilo.
As Awalim eram instruídas – poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, além de dominarem muito bem as técnicas de improvisação e regras de poesia – não quiseram nenhum tipo de negócio com os invasores.
Já em 1834, o governador Mohamed Ali, proibiu as performances femininas no Cairo, em razão de pressões religiosas que coibiram a manifestação das Ghawazee. Tal atitude atraiu uma série de imitadoras, e também imitadores: isso mesmo, homens imitando as Ghawazee. Eram conhecidos como Khawals, vindos da Turquia, e embora causassem problemas devido ao fato de não serem mulheres de verdade (o público se irritava quando percebia que eram homens), suas apresentações eram bem mais humoradas e maliciosas do que as apresentações Ghawazee, segundo Claudia Cenci. Daí se entende o porque vemos homens dançando a dança do ventre, apesar de ser uma visao distorcida, pois hoje vemos homens no Brasil dançando como se fosse mulher, e na realidade o que acontece, são homens dançando no lugar de mulheres, porque elas fora proibidas de dançar, como vimos na história. Logo em 1866, a proibição havia sido suspensa e as Ghawazee retornaram ao Cairo, mas tinham que pagar uma taxa a um oficial do governo por suas apresentações.
O cinema egípcio começa a ser rodado em 1920, e tem como cenário de night clubs, com cenas de música e dança.
Hollywood exerceu grande influência com a fantasia ocidental sobre o Oriente, incentivando algumas mudanças de costumes nas dançarinas árabes.
E se deu a Dança do Ventre que conhecemos hoje.


Tempestade Lunar
(Viviane Braga)

0 comentários:

Postar um comentário