Religiões antigas nos ensinam que o mundo foi criado a partir da dança. Ao povoar a terra com os "mortais", os deuses lhes ensinaram a dançar, para que pudessem estabelecer contato com o divino através dessa arte. Em rituais mágicos, dançava-se para evitar calamidades, secas, pedir proteção, agradecer aos deuses afastar demônios e até mesmo para obter poder de objetos sagrados.
O enigma da existência
A dança era uma ponte para o sagrado, ela possibilitava atingir um estado de êxtase onde ocorria o contato com a divindade, e quem sabe até, naquele momento especial, seria possível ao indivíduo entender o Enigma da existência.
O ritmo da vida
As danças primordiais evocavam as energias da criação, entre elas a fertilidade, e sua forma mais característica de manifestação ocorria através desta que figura entre as mais antigas danças do planeta: A dança do ventre.
De forma secreta, condenada ou aclamada como manifestação do divino, durante séculos as mulheres de várias partes do planeta a realizaram de alguma forma.
Elas dançavam em adoração à deusa, enquanto evocavam com seus quadris a própria manifestação rítmica do universo: O pulsar da vida.
De forma secreta, condenada ou aclamada como manifestação do divino, durante séculos as mulheres de várias partes do planeta a realizaram de alguma forma.
Elas dançavam em adoração à deusa, enquanto evocavam com seus quadris a própria manifestação rítmica do universo: O pulsar da vida.
A deusa personificava não só a natureza, mas para muitos povos, ela era o símbolo da própria espiritualidade.
Anônimas, sacerdotisas, cortesãs, dançarinas, não importa, eram sempre imagens de deusas que se expressavam através dessas mulheres. A dança era a própria manifestação da mística do feminino e das forças arquetípicas relacionadas à mulher e à fertilidade.
A deusa velada
Posteriormente, quando o regime patriarcal começa a implantar sua maneira de viver, o feminino passa a ser desvalorizado, e o elo entre a espiritualidade e o planeta é fragmentado, pois o importante não é mais a sintonia com a natureza, mas sim sua exploração. Nessa nova visão, a "deusa" não acompanha mais a vida humana na terra, e os valores femininos passam a ser subjugados.
Com o passar dos anos, também a dança do ventre foi se tornando marginalizada e profana, chegando a ser proibida em alguns lugares, em função do preconceito religioso e da visão de mundo ocidental onde o corpo é visto como pecado.
Mesmo sem o status de "divina", a dança do ventre continuou a ser praticada ao longo dos séculos, mas foi redescoberta pela Europa como arte exótica a partir do século XVIII.
Atualmente, com a sobrecarga de papéis assumidos pelas mulheres numa sociedade competitiva, elas procuram cada vez mais os ecos dessa dança milenar, num caminho que pode levá-las à construção de sua identidade feminina fragmentada por séculos de cultura patriarcalista.
Com o passar dos anos, também a dança do ventre foi se tornando marginalizada e profana, chegando a ser proibida em alguns lugares, em função do preconceito religioso e da visão de mundo ocidental onde o corpo é visto como pecado.
Mesmo sem o status de "divina", a dança do ventre continuou a ser praticada ao longo dos séculos, mas foi redescoberta pela Europa como arte exótica a partir do século XVIII.
Atualmente, com a sobrecarga de papéis assumidos pelas mulheres numa sociedade competitiva, elas procuram cada vez mais os ecos dessa dança milenar, num caminho que pode levá-las à construção de sua identidade feminina fragmentada por séculos de cultura patriarcalista.
Tempestade Lunar
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