“Uma discussão sobre a natureza do princípio feminino e as leis que o governam é de vital importância tanto para os homens como para as mulheres de hoje em dia. Como vimos, na nossa cultura ocidental do séc. XX, esse princípio tem sido negligenciado e suas exigências têm sido satisfeitas somente através da observação mecânica e esteriotipada dos costumes convencionais, enquanto que o cuidado e a busca das fontes da vida ficam escondidos nas profundezas da natureza. Essas fontes de energia espiritual ou psicológica só podem ser alcançadas, como dizem os mitos e as religiões antigas, através de uma aproximação certa da essência feminina da natureza, seja ela sob forma inanimada, seja nas próprias mulheres. É portanto da maior importância que procuremos estabelecer uma vez mais uma relação melhor com o princípio feminino.Ao encarar esse assunto devemos nos desprender de todas as ideias pré-concebidas de como a mulher é ou do que é o “verdadeiro feminino”, e tentarmos uma aproximação com mente aberta.
A nossa civilização tem sido patriarcal por tanto tempo, com o elemento masculino predominante, que a nossa concepção sobre o que é feminino talvez se tenha tornado preconceituosa. Por exemplo, tornou-se um “fato” estabelecido entre nós que o masculino é forte e superior e o feminino fraco e inferior. Só recentemente é que esse dogma foi ameaçado pelas mulheres que, em sua revolta, têm não só questionado a teoria, como também demonstrado na prática que esta não é firme. Porém ainda persiste o preconceito de que os homens que são de alguma maneira, independentes na realização pessoal, do caráter ou força, superiores às mulheres - que o homem em si é superior à mulher. Em sociedades matriarcais o reverso dessa conjuntura é verdadeiro. ”(...)
In OS MISTÉRIOS DA MULHERM. ESTHER HARDING
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