sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Deusa Grega na Mulher Humana: O Arquétipo da Mulher-Afrodite

Um excerto do livro “A Deusa Interior“, de Jennifer Barker Woolger e Roger J. Woolger

Afrodite: áurea deusa do amor

O nascimento de Afrodite
O mais conhecido mito grego do nascimento de Afrodite ostenta, inevitavelmente, uma ótica paternalista, e mostra a deusa nascida dos órgãos genitais cortados de Ouranos, o deus do céu. O vento nada perdeu do seu esplendor e poesia, como revela o resumo abaixo:
AfroditeNa época da criação dos primeiros deuses, Gaia, a Mãe Terra, e Ouranos, o Pai Celeste, haviam dado à luz muitos filhos divinos. Dentre os últimos a nascer estavam os Titãs, filhos monstruosos que odiavam o pai. De modo que Ouranos lançava-os de volta à pobre Gaia cada vez que um surgia.
Finalmente, um dos filhos mais jovens, Cronos, que também odiava o pai, voltou-se contra Ouranos e castrou-o com uma foice de pedra que Gaia fizera especialmente para castigar seu cruel companheiro. Sem atinar, Cronos lançou então o membro decepado por sobre os ombros, e este caiu por terra. Das gotas ensanguentadas brotaram as Fúrias e os Gigantes, mas o membro genital caiu em tormentoso mar, onde foi carregado pelas ondas.
Da espuma que se formou em torno do pênis decepado foi crescendo uma menina. Ela foi primeiro levada pelo mar até Citera, e depois para Chipre, sempre envolta pelas ondas. Lá a linda deusa aportou com seus dois companheiros, Eros, cujo nome significa Amor, e Himeros, cujo nome significa Desejo. Quando tocou terra firme, a relva brotou debaixo de seus pés. Seu nome para os mortais era Afrodite, que significa “nascida da espuma”.
Afrodite também é conhecida como philommedes, “aquela que ama o riso”, urania, “a celestial”, e pandemos, “A que pertence a todos”. Diz-se que ela se apraz nos sussurros das meninas, em sorrisos, em enganos e em todo doce deleite e encanto do amor.
No Olimpo foi recebida por todos os outros deuses e deusas, e lá rege todos os atos de procriação e todos os aspectos das artes do amor e da beleza.
Adaptado da Teogonia, de Hesíodo, 176-206.

Afrodite: deusa de todas as pessoas

Nenhuma deusa foi tão bem amada quanto a própria deusa do amor, Vênus-Afrodite. E nenhuma outra deusa foi tão bem representada em todas as artes. Desde que surgiu da espuma das ondas na célere concha de vieira, artistas a pintaram e esculpiram, poetas exaltaram sua beleza, e cancionistas compuseram melodias em sua honra.
Os gregos e os romanos adoravam-na pela sua gloriosa beleza, pela sua ternura e pelas suas muitas aventuras amorosas. Seu filho divino igualmente belo, Eros – o deus romano Amor ou Cupido – foi por muitos considerado a personificação do maior dom já concebido à humanidade. (…) Afrodite naturalmente ocupava um lugar respeitado no Olimpo, embora Hera, guardiã ciumenta, fosse implacavelmente contra o seu comportamento sexual licencioso.
Em nossa época, Afrodite dá toda a impressão de ter trocado o Olimpo por Hollywood. É como se nestas últimas gerações algumas grandes beldades da tela – Greta Garbo, Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor – houvessem efetivamente encarnado a deusa. A vida pública dessas atrizes chegou até mesmo a adquirir uma certa qualidade mítica: o misterioso retiro de Garbo, a morte trágica de Monroe, o relacionamento épico de Taylor com Richard Burton são apenas alguns exemplos.
VenusMas o culto a Afrodite não se restringe a Hollywood. Ela é celebrada em toda parte, Afrodite pandemos, como os gregos a chamavam – deusa “em meio a todas as pessoas”. Diariamente as novelas de televisão, os romances edulcorados vendidos em banca de jornal e os traficantes de escândalos políticos revivem as suas histórias imemoriais de paixões secretas, ciúmes e inveja, e traição. Os sexólogos da nação computam seus múltiplos orgasmos e mapeiam os seus excessos. As revistas de moda têm uma queda por ela, enquanto as revistas masculinas glorificam a sua nudez. Pornógrafos e cafetões exploram-na inescrupulosamente.
Nunca uma deusa foi tão íntima e tão pública ao mesmo tempo! Mas terá sido sempre assim? Foi assim na Grécia antiga?
Certamente não. Os gregos não tinham os meios de comunicação de massa atiçando um anseio natural quase ao ponto da histeria. Eles preservavam um forte sentido da sexualidade como um dom sagrado, não um bem a ser explorado, e é por isso que reverenciavam Afrodite. É somente o mundo moderno que está tão obcecado com os encantos físicos da deusa, que quase perdeu contato com a sua dimensão sagrada. (…)
Na sua forma mais radiante, Afrodite tem muitos “dons áureos” a nos conferir. As mulheres nascidas sob a sua influência naturalmente apreciam a sexualidade e a beleza como qualidades sagradas. As mulheres-Afrodite têm um magnífico faro para esse tipo de educação íntima que só pode ocorrer no boudoir. Como iniciadora dos salões, Afrodite excedeu-se em civilizar a rude e grosseira energia masculina.
Afrodite era e é, em tudo, uma presença sensual. Para os gregos antigos, ela era a “deusa áurea”. Como um sol glorioso, ela brilhava sobre aquela cultura precoce abençoando-a com as artes da escultura, poesia e música. Nada lhe dá maior deleite do que a gratificação dos sentidos através do belo. Ela adora roupas finas, cabelos respelandecentes e esvoaçantes, jóias e adornos de todos os tipos. É por isso que as primeiras estátuas gregas da deusa mostravam-na vestida com atavios suntuosos. hoje ela domina a indústria da moda, dos cosméticos e o mundo requintado e glamouroso da de revistas como Vogue.
A infância de uma Afrodite moderna pode ser marcada por infindáveis brincadeiras de vestir e desfilar – ela pode até tornar-se modelo infantil, pois é por natureza uma exibicionista. Com seu sentido estético inato, poderá mais tarde tornar-se modelo de moda, atriz, hostess ou decoradora de interiores. ou poderá acabar na mídia, onde será uma boa repórter ou entrevistadora, dado seu interesse extrovertido pelas pessoas. Todavia, qualquer que seja o seu trabalho, estará inevitavelmente ligado a grupos de pessoas – seja um escritório movimentado, uma loja ou uma empresa – em que sua habilidade natural de relacionar-se com as pessoas, seus magnetismo, seu charme e seu encanto logo atraem a atenção dos patrões.
Carl Jung definiu Eros no seu contexto humano mais generalizado como a capacidade de relacionar-se, a qualidade de ligar-se aos outros. Temos assim outra pista essencial da natureza da mulher-Afrodite: por mais importante que a sexualidade seja para ela, sempre será parte integrante de um relacionamento, nunca um fim em si mesma. é a ligação pessoal com o companheiro ou amante, a troca de prazer entre ambos, que torna o sexo algo tão extático para ela.
A capacidade de relacionar-se, o que vale dizer, tudo o que um relacionamento envolve, é fundamental para entendermos a mulher-Afrodite. Não importa se a conhecemos uma hora atrás ou por toda a vida, ela quer que sejamos inteiramente, sensivelmente e humanamente presentes – que estejamos nos relacionando. Isso é tão importante para Afrodite quanto a clareza mental é para Atena ou os cânones morais são para Hera. Se não houver relacionamento, ela vai se definhando ou perdendo o interesse.
Acima de tudo, Afrodite quer que os relacionamentos sejam amorosos – não importa se amigáveis, sociais, físicos ou espirituais; ela quer que tenham coração. Uma verdadeira mulher-Afrodite não dá a mínima para as exigências sociais de um “bom casamento” que Hera, sua rival, gostaria de ter. E considera o acalentador amor maternal de Deméter um pouco unilateral demais. Quanto ao platônico “casamento de mentes verdadeiras” de Atena, é excessivamente mental.
Com seu ardor instintivo, a mulher-Afrodite dá-se bem com os outros – homens, especialmente, é claro. Sua vida parece ser igualmente regida por encontros e ligações fortuitos e planejada com meticulosidade. As aspirações profissionais de sua irmã Atena provocam-lhe um certo tédio. A oportunidade de um cruzeiro pelo Mediterrâneo pode facilmente levá-la a abandonar a escola – e, para arrematar, ela acabará arranjando ainda algum tipo de emprego pouco usual. Com a sua eroticidade despreocupada, ela pode se revelar bastante oportunista.
Afrodite não está particularmente interessada em casamento e filhos como tal. Quando tiver filhos, será uma mãe afetuosa, generosa e muitas vezes pouco convencional. Mas não fará deles o centro de sua vida, como Deméter. E nem sempre contrairá matrimônio, para escândalo de Hera.
Não, Afrodite raramente quer criar raízes. Pelo contrário, ela tende a ver a vida como uma aventura, e uma aventura com um possível final romântico. ela busca um homem sensual, ativo e desimpedido; de preferência sofisticado, bem instruído e armado com um cartão de crédito e não com uma pistola.
É preciso lembrar que a mulher-Afrodite é essencialmente civilizada e sensual. Acampar nas montanhas do Colorado ou caçar animais selvagens na África não faz o seu gênero, por mais lindo ou rijo ou robusto seja o homem que a convida. As aventuras tempestuosas são para Ártemis, assim como as aventuras políticas solitárias são para Atena. Afrodite quer ter a certeza de um coquetel e roupas de cama limpas para as suas aventuras. É mais fácil encontrar uma Afrodite à beira de uma piscina elegante do que de um lago nas montanhas.

Outros aspectos

    Afrodite Nils_Bergslien
  • Ser abençoada por Afrodite geralmente significa que a mulher se sentirá plenamente à vontade com o seu corpo e que terá uma relação saudável e descomplicada com a sua sexualidade. Quando garotinha, poderá facilmente chocar sua mãe com uma curiosidade natural sobre o corpo e os órgãos genitais. mais tarde, a despeito das tentativas de incutir nela um mínimo de modéstia, poderá manifestar uma atitude quase casual em relação ao sexo. Ela é, no melhor sentido da palavra, naturalmente pagã.
  • Desde o início há algo de muito atraente a seu respeito, embora não seja necessariamente um tipo convencional de beleza. A Deusa, vale lembrar, tem mil maneiras de conferir seus encantos. A criança-Afrodite aprenderá logo cedo a flertar com o pai e, desde que ele não se sinta ameaçado por isso, receberá dele a primeira confirmação positiva de seus encantos. Com tal reforço, poderá começar a praticar suas habilidades em algum ou em todos os amigos dele – deixando-os tremendamente embaraçados! Para ela, porém, é a mera aplicação inocente de um talento erótico nato.
  • Quando adolescente, terá de aprender a trazer sob seu controle o que eros florescente que, no mundo moderno, pode e irá colocá-la em toda espécie de dificuldades. Fisicamente, ela amadurece cedo e, como resultado, será forçada a amadurecer cedo também socialmente. Sua beleza e amigável extroversão farão dela um inevitável centro das atenções libidinosas de todos os rapazes à sua volta. E ela naturalmente ficará lisonjeada. Aprenderá rapidamente as regras do namoro, e também como não partir um número grande demais de jovens corações masculinos.
  • Longe dos predadores da selva da mídia, a beleza precoce pode ser uma bênção ou maldição para a jovem Afrodite ainda no colégio. Os jovens da sua idade ficarão pasmados diante dela, ao passo que ela os achará imaturos e grosseiros. E logo passará a ser cortejada por admiradores bem mais velhos, podendo rapidamente a vir a sentir-se isolada socialmente de suas colegas.
  • Este é um esquema que a mulher-Afrodite irá repetir de diversas maneiras por toda a vida. Sua beleza excepcional pode ser um passaporte instantâneo para outros mundos mais fascinantes; mas com isso sobrevém-lhe uma palpável alienação. Talvez venha a conhecer certa solidão interior, uma sensação de estar fora do seu meio, e colocará toda a sua energia em sua persona exterior, em sua lindíssima máscara, para compensar. Uma vez que tantos homens a desejam apenas por causa de sua aparência, como uma conquista ou símbolo de status, ela muitas vezes chegará a duvidar do seu próprio valor. “Um símbolo sexual é uma coisa, e eu não sou uma coisa”, Marilyn Monroe teria dito. Como a infeliz Marilyn, muitas mulheres-Afrodite poderão sentir-se inseguras em relação a seus outros talentos bastante reais. Tamanha é a pressão externa que ela se esquece de que nenhuma mulher deve ser forçada a ser exclusivamente uma única deusa. Começamos aqui a vislumbrar a chaga de Afrodite.
  • Uma das lições mais duras para Afrodite é a de que no mundo moderno ela quase sempre será “a outra” para muitos homens. isso faz parte de um antigo triângulo arquetípico do seu universo, no qual os valores de eros são lançados contra os valores da fidelidade e do casamento – um triângulo no qual ela poderá estar envolvida diversas vezes ao longo da vida.
  • A despeito do que a virtuosa Hera possa dizer, a mulher-Afrodite não deve jamais sentir-se envergonhada pelos seus casos secretos, pois estes são muito valiosos num tal relacionamento, ao qual a palavra caso nem de longe faz justiça, ela se mostra uma excepcional confidente, uma amiga espiritual além de sexual. Os homens se sentem atraídos não apenas pela sua beleza física, mas também pela sua sabedoria feminina espontânea no que tange aos assuntos do coração. Afrodite entende as pessoas e, sobretudo, os homens.
  • Quando uma mulher-Afrodite se apaixona por um homem criativo ou de muita atividade pública, ela aumentará tremendamente a confiança dele em si mesmo e também o seu potencial de intimidade. Como acrescenta Toni Wolff, o “interesse instintivo [da mulher-Afrodite] é dirigido ao conteúdo do relacionamento em si, e todas as potencialidades e nunces para ela mesma e também para o homem”. De positivo, é óbvio que isso pode ser enormemente benéfico para o desenvolvimento do eros criativo do homem. De negativo, porém, um excesso de eros pode afastar o homem de suas obrigações públicas.
  • Depois de uma boa experiência com um amante mais velho, a jovem Afrodite atinge sua maturidade e passa a ter genuína confiança em si mesma. Daí por diante, o poder e a autoridade, os artifícios e artimanhas do mundo masculino cessam de atemorizá-la. Ela já enxergou, de mais de uma maneira, até o âmago disso tudo. E tornou-se testemunha privilegiada de algumas das patifarias mais arcanas deste mundo.
  • Porque Afrodite ameaça tanto a sociedade patriarcal: a isca é sempre o fascínio sexual, a que os homens parecem ser totalmente impotentes para resistir. Os gregos racionalizavam a sua paranóia conferindo a Afrodite uma cinta mágica capaz de desarmar todos os homens e deuses que a ameaçassem. Todavia, há algo altamente suspeito nesses exemplos – em todos eles, os homens são apresentados como vítimas. Vítimas de seus próprios sentimentos não admitidos talvez, mas certamente não vítimas efetivas das mulheres. Isso tudo ceira muito a culpa deslocada. Pois se houve algum grupo vitimado no ocidente patriarcal, foram as mulheres.
  • A maneira de ser de Afrodite, pela sua própria natureza, não pode senão ocupar um lugar ambíguo e impotente no limiar do mundo patriarcal, onde o máximo que lhe é permitido é ser uma fonte de prazer cheio de culpa para os patriarcas. Os patriarcas são coletivamente, e não individualmente, culpados, por certo, mas são culpados mesmo assim, pois o sistema que herdaram tem despossado e subjugado as mulheres há vários milênios. A consequência mais triste dessa alienação e esbulhamento de Afrodite desde os tempos mais remotos até o presente está na desvalorização do seu maior dom para todos nós: o relacionamento.
  • Duas foram as consequências psicológicas de se negar a Afrodite um verdadeiro lugar na cultura do final da Idade Média: a disseminação da neurose sexual e o aparecimento da paranóia com bruxas, [porque] acreditava-se que as bruxas participavam de orgias com o diabo, com quem praticavam todo tipo imaginável de ato sexual. Menos conhecido é que essas histórias provieram todas de “confissões” arrancadas de mulheres inocentes sob torturas atrozes supervisionadas pelo clero celibatário masculino da época. é evidente que, em termos psicológicos, os padrões projetaram todas as sus apavorantes fantasias sexuais reprimidas sobre as mulheres, castigando-as por isso – muitas vezes, com humilhantes torturas sexuais. Nem mesmo os crimes raciais dos nazistas chegaram a equivaler plenamente aos abismos de ódio sexual a que caíram os ditos líderes espirituais do final da Idade Média.
  • Boa parte das chagas da mulher-Afrodite decorrem do fato de ela estar alienada das outras deusas. Numa sociedade que costuma hostilizá-la, desaprová-la ou manipulá-la, ela precisa desesperadamente das forças e perspectivas delas. Dotada de uma natureza em que predomina a sensibilidade, ela poderia por exemplo, beneficiar-se um pouco da poderosa capacidade de raciocínio e do pragmatismo profissional de Atena. Se conseguisse superar sua antiquíssima aversão pelos valores de Hera – sossego, estabilidade, fidelidade – Afrodite poderia pedi a ela que a ajudasse a obter respeito social e um lugar mais confortável e seguro no mundo moderno.
  • Paixão e compaixão: Afrodite é deusa não apenas da paixão, mas também da compaixão. No Oriente, ela tem uma equivalente muito próxima em Kuan Yin ou Kannon, a deusa que personifica a maior virtude do Buda – a compaixão. mais do que qualquer outra deusa, parece-nos que Afrodite possui, como Buda, uma visão acumulada através do sofrimento, da paciência e da abstenção de revidar. Ela foi rejeitada, abandonada, aviltada; seu coração despedaçou-se tantas vezes que atingiu portentosas proporções na capacidade de amar.
  • Um ditado judaico afirma: “Deus quer o coração”. Nada poderia ser mais verdade de Afrodite; dela poderíamos também dizer, “A deusa quer o coração”. Pois o coração simboliza tudo o que é autêntico e verdadeiro em nossas menos defendidas profundezas. E quando dois corações estão abertos um ao outro, a magia de Eros pode então fluir entre eles. Este é o grande dom de Afrodite, a fusão de dois corações em harmonia com a grande fusão sensual de nossos seres físicos. Quando ambos os canais estão abertos, a deusa está verdadeiramente presente em nós.
Por Simone Luciaurea

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O Feminino e seus Arquétipos: Deusas Gregas e Características

[Compilado por "Roda de Mulheres"]
"A abordagem mitológica ajuda na compreensão do ser humano e em seu posicionamento no mundo que o cerca. O mito serve como elemento de orientação. Assim como os pais ensinam os filhos como e a vida, relatando-lhes as experiências vividas, os mitos também fazem a mesma coisa, porém num sentido mais amplo, delineando padrões para a caminhada existencial, com o recurso da imagem e fantasia. Jung vê o mito “como uma verdade profunda de nossa mente”.
Temos, como representação dos padrões arquetípicos femininos, sete exemplos retirados da Mitologia Grega que, de acordo com Jean Shinoda Bolen, psiquiatra junguiana, são a projeção dos arquétipos do sexo feminino. Sua divisão se dá em:
  1. Invulneráveis – as três grandes deusas virgens: Ártemis, Atená e Héstia, as quais nunca se deixaram dominar por seus pares masculinos.
  2. Vulneráveis – três deusas: Hera, Deméter e Perséfone, que foram violentadas, raptadas ou humilhadas por seus consortes.
  3. Afrodite fecha os arquétipos e representa uma deusa alquímica. Por estar sujeita a transmutações, tanto é a inspiradora dos amores carnais (Afrodite Urânia) como também o é do amor etéreo, superior (Afrodite Celeste).

 

Os Arquétipos das Deusas Gregas refletidos nas Mulheres

1. ÁRTEMIS (DIANA)

Ártemis (Lua): é a mulher atlética, que aprecia a vida ao ar livre e os animais. Ama a natureza e dedica-se à proteção do meio ambiente. Respeitada, sabe viver só e sente-se bem assim. Pode ser vingativa e cruel, se ultrapassarem o limite imposto por ela mesma nos seus encontros.
    Ártemis
  • Irmã gêmea de Apolo, deus do Sol. Sua mãe, Leto, era uma divindade da natureza, filha de Titãs. Seu pai era Zeus, deus líder do Olimpo.
  • Deusa do parto.
  • Pedido ao pai: arco e flechas, uma quadrilha de cães de caça, ninfas para acompanhá-la, uma túnica curta para correr, montanhas e selvas como seus lugares especiais e a castidade eterna. Seu pai lhe concedeu tudo e mais o privilegio de fazer suas próprias escolhas.
  • Deusa da caça e da Lua – personifica o espírito feminino independente. Podia objetivar qualquer alvo e sempre acertá-lo.
  • Capacidade de concentração e direcionamento possibilitam-na atingir qualquer meta.
  • Como deusa virgem, era imune de se apaixonar e representa um sentido de integridade, uma atitude de cuidar de si mesma. Esse arquétipo possibilita a mulher sentir-se completa sem um homem.
  • Representa as qualidades do movimento feminista: empreendimentos e competência, independência dos homens e das suas opiniões, e preocupação pelos atormentados, pelas mulheres fracas e pelos jovens. Irmandade entre as mulheres.
  • Afinidade com a selva e a natureza não doméstica, responsável pela identificação que algumas mulheres experimentam entre si mesmas e a natureza, quando saem com mochilas pelas montanhas, adormecem no luar, caminham numa praia deserta etc.
Trabalho: Empenha-se no trabalho que tem valor subjetivo para ela. É estimulada pela competição e não se amedronta com oposição. Os interesses perseguidos por ela não têm valor comercial e não conduzem a uma carreira. Algumas vezes, o interesse é tão pessoal ou fora do comum, tão absorvente quanto ao tempo, que a falta de sucesso no mundo ou a falta de relacionamentos são garantidos.
Homens: Fraternal.
  • Como sua irmã, Apolo é andrógino. O casal Ártemis-Apolo é o modelo mais comum de relacionamentos da mulher-Ártemis. Pode resultar num casamento assexuado, amigável. Algumas mulheres até casam com homossexuais e valorizam o companheirismo e a independência que cada parceiro permite ao outro.
  • O 2º padrão comum é o de envolvimento com homens que as sustentam. Tal homem é uma pessoa com a qual ela se sente à vontade. Se for incompatível pode lembrar os conflitos pai-filha: o marido não aprova suas atitudes, é rebelde etc.
  • O 3º tipo de homem atraído pela pureza de Ártemis, sua virgindade e identificação com a natureza primitiva, é o tipo Hipólito, um jovem atraente, que se dedicou a deusa Ártemis e ao celibato. Tais homens que parecem ser tão puros, ficam ofendidos pela sexualidade pura e simples. Eles podem estar na fase final da adolescência ou no começo da fase adulta e ser castos.
Filhos: Estar grávida ou amamentando não é motivo de realização para a mulher-Ártemis. Não sente atração para ser mãe, no entanto gosta de crianças. Quando mães, encorajam a independência, ensinam seus filhos a se defenderem sozinhos e pode ser cruel na defesa deles. Não olham para trás com saudades da época que eram bebes, olham para frente, quando seus filhos serão independentes.
2 – ATENAS (MINERVA)
AthenaAtená – (Palas): mulher extremamente profissional e prática, busca realizar-se numa carreira onde possa mostrar sua sabedoria. Equilíbrio, cultura e educação. Não briga à toda, envolvendo-se em causas justas, às quais defende com argumentos irrefutáveis, o que lhe concede quase sempre o merecimento da vitória.
  • Filha do pai: Saltou da cabeça de Zeus, usando uma lança aguda numa das mãos, emitindo um grito de guerra;
  • Protetora, conselheira e patrona de homens heróicos, tomou o partido da patriarquia.
  • Como deusa da sabedoria, era conhecida por suas vitórias e soluções práticas. Como arquétipo, é seguida por mulheres de mente lógica, governadas pela razão.
  • Quando a mulher reconhece o modo intenso com que sua mente trabalha, como uma qualidade feminina, ela pode desenvolver uma auto-imagem positiva, ao invés de se amedrontar de estar masculinizada.
  • Como deusa virgem, é como Ártemis, motivada por suas próprias prioridades. Difere desta no sentido que procura a companhia dos homens, precisa estar no meio da ação e do poder masculino.
  • Personifica o “adulto sensível” com sua conformidade aos padrões adultos tradicionais e a falta de romantismo ou idealismo.
  • É estrategista e eficaz para a guerra e outros assuntos políticos.
  • Como deusa das artes faz coisas que eram ao mesmo tempo úteis e esteticamente agradáveis.
  • Enquanto arquétipo de “filha do pai”, representa a mulher que tende aos homens poderosos, que têm autoridade e poder (homem patrão). Muitas secretárias têm esse tipo.
  • Vive o “justo meio termo”, nunca os excessos.
  • Estar encouraçada é seu traço. As defesas intelectuais conservam tal mulher longe do sofrimento. No meio da agitação emocional, permanece impermeável, enquanto observa, qualifica e analisa o que esta acontecendo.
  • Mulher Atenas: Prática, desconfiada, desinibida, segura. Tipicamente tem boa saúde, não tem conflitos mentais e é fisicamente ativa. Usa roupas práticas, duráveis e sem influência da moda.
Trabalho: trabalha em direção a um fim, aceita a realidade e se adapta. No lar, se sobressai nas artes domésticas, usando sua mente prática e olho estético para dirigir uma ordem doméstica eficiente.
Relação c/ mulheres: Distante ou evitada. Têm falta de amigas. Competitiva.
Relação c/ homens: Atrai-se por homens bem sucedidos, e não tem paciência com pessoas sonhadoras. Para ela, adjetivos como neurótico, bom coração e sensível, descrevem os perdedores. Só os heróis tem vez. Gosta dos homens como amigos ou mentores, e não tanto como amantes. Está muito presente entre as lésbicas.
Filhos: Como mãe, não vê a hora de seus filhos chagarem a maturidade para fazerem projetos juntos, e mostrar-lhes a vida. Adora filhos competitivos, extrovertidos e intelectualmente curiosos.
3 – HÉSTIA (VÉSTIA)
    Héstia
  • Recusou-se a casar, permanecendo virgem para sempre. Então Zeus, lhe concedeu um privilégio, ao invés de um presente de casamento: ela tem seu lugar no centro da casa para receber o melhor em ofertas.
  • Proporciona a mulher sentimento de integridade e inteireza. Se concentra em sua experiência interior subjetiva. Fica absorvida quando medita.
  • Seu modo de aprender, é olhando-se interiormente, e sentir-se intuitivamente.
  • Deusa da lareira: arquétipo ativo nas mulheres que acham que cuidar do lar equivale à meditação. Este arquétipo de desenvolve em comunidades religiosas.
  • Arquétipo da mulher sábia que tudo passou e viu, portanto experiente.
Trabalho: falta-lhe ambição e ímpeto, não valoriza o poder. Destacam-se em profissões em que se requer calma e paciência.
Mulheres: tem poucos amigos e não se interessa por conversa fiada, política ou intelectual. Seu dom é ouvir com o coração compassivo, permanecendo centrada no meio de qualquer perturbação que uma amiga lhe traga, proporcionando um lugar caloroso ao lado de “sua lareira”.
Homens: sexo não é muito importante. Sexo é como vir para casa ou um santuário. Adapta-se a forma tradicional do casamento. É fiel, embora não exija fidelidade. Pode aparentar dependência, porém mantém sua autonomia interior, uma em si mesma. Não precisa de um homem para sentir-se emocionalmente completa. Ela prefere cuidar do lar, aprecia a autonomia de decidir como será sua casa e gosta do amparo econômico que lhe permite tempo para sua dedicação.
Filhos: Pode ser um pouco desligada como mãe, quando se volta para o interior, e seu amor pode ser uma sombra por demais impessoal e não demonstrado. Mas usualmente dá aos filhos amor e atenção. Permite aos filhos que sejam eles próprios pois não tem ambições para eles. Seus filhos não precisam se rebelar.
4 – HERA (JUNO)
HeraHera – (Juno): mulher ligada ao poder. São as líderes políticas, governantes, regentes. Por outro lado, são apegadas á tradição, não abrindo mão de um casamento convencional, com moralidade, fidelidade e companheirismo, sendo boas esposas e “imperatrizes” em suas casas.
  • Irmã e esposa de Zeus. Ciumenta, sua raiva dirigia-se à “outra” e nunca à Zeus. Outras essas que haviam sido estupradas e enganadas.Hera vingava-se nelas em seus filhos ou nos espectadores.
  • Representa os três estados na vida da mulher: virgindade, casamento, separação e viuvez.
  • Representa o desejo ardente de ser esposa. É capaz de se estabelecer numa relação, ser leal, fiel, suportando dificuldades com o companheiro.
  • Casamento aqui tem três aspectos: a satisfação de uma necessidade interior, reconhecimento exterior entre marido e esposa e luta pela totalidade através do “matrimônio sagrado”.
  • Reage a perda com raiva e não com depressão.
Trabalho: aspecto secundário em sua visa, porém pode ser boa e alcançar êxito aí. Contudo, se não for casada, se sentirá fracassada.
Mulheres: Quando está só, mantém relações sociais, mas casada se afasta das amigas. Suas amizades não são aprofundadas.
Homens: atraída por homens de sucesso. Supõe que sexualidade e casamento vêm juntos. Depende do marido para despertá-la sexualmente. A ideia de sexo submisso provavelmente surgiu com ela. O dia de seu casamento é o mais significativo de sua vida, na qual não existe a palavra
divórcio.
Filhos: São parte de sua função como esposa. Não é muito maternal, a menos que Deméter apareça. Pode chegar a usar os filhos para manter o marido.
5 – DEMÉTER (CERES)
DemeterDeméter – é a mulher-mãe. Gosta de estar grávida, de amamentar e de cuidar de crianças. Geradora não só da vida mas também de sentimentos, emoções, experiências. É a que protege, acolhe e alimenta, é a que se apresenta com reservas aparentemente inesgotáveis de energia. A que cuida de tudo o que é pequeno, carente e sem defesa entre os dois mundos, não temendo a morte.
  • Deusa do cereal, nutridora e mãe.
  • 4ª esposa real de Zeus, também seu irmão, com teve uma única filha: Perséfone.
  • O rapto da filha Perséfone: Ela estava colhendo flores quando foi atraída por uma flor. Ao estender a mão para pegá-la, o solo abriu-se emergindo das profundezas da terra, Hades em sua carruagem de ouro puxada por cavalos pretos. Ele apoderou-se dela e sumiu. Deméter ouviu os gritos e procurou-a por 9 dias e 9 noites, sem nunca comer, beber nem dormir. Ela retirou-se do Olimpo indignada. Assim, nada podia nascer. Então Zeus implorou a Deméter que voltasse. Ela recusou-se e disse só mudar de opinião de Perséfone voltasse. Zeus trouxe a deprimida Perséfone de volta, mas antes Hades lhe deu algumas doces sementes de romã, que ela comeu. Correram, mãe e filha e se abraçaram, então Deméter pergunta se ela havia comido algo no mundo das trevas. Em caso negativo, ela seria completamente devolvida à mãe. Mas por haver comido, passaria dois terços do ano com a mãe e o restante com Hades.
  • Arquétipo da mãe, fornecedora de alimentos materiais e espirituais. Motiva as mulheres a nutrirem os outros, serem generosas no dar. Representa o instinto materno, o desejo de estar grávida e de ter bebê, ou ainda ser mãe de criação, babe ou algo no qual possa expressar o amor maternal. Como mãe angustiada, vive em depressão.
Trabalho: Profissões educativas ou de assistência, inclinadas a empregos “femininos”.
Mulheres: Qualquer inveja ou ciúme será em relação aos filhos. Sendo estéril, sente-se amargurada pela gravidez de outra. Ressente-se com as feministas por desvalorizarem o papel da maternidade; querem ser mães tempo integral e agora sentem-se pressionadas a trabalhar fora do lar. Têm muitas amigas com as quais trocam apoio emocional.
Homens: Atrai homens que se afinam com mulheres maternais. Não escolhe, é escolhida, e pode permanecer com um homem pôr pena. Têm muita expectativa sobre os homens, mas freqüentemente os vêm como “eternos meninos”. Sua sexualidade não é muito importante. É ardente, afeutuosa e feminina, mas prefere mais ser abraçada do que fazer amor. Algumas são puritanas com sexo. Dão mais importância à amamentação do filho do que a fazer sexo com o marido.
Filhos: São mães extremamente dedicadas ou terríveis. Só têm consciência de suas intenções positivas, não dos elementos negativos, que, pôr vezes, envenenam seu relacionamento com os filhos. Quando é “deixada pelo filho”, sente que seu senso de significado foi raptado, pois seu filho era como uma extensão de si mesma, compartilhando os mesmos valores. Vive deprimida e zangada, e pára de atuar como mãe. Algumas temem o abandono desde que a criança nasce, e assim, limitam a independência e o relacionamento com os outros. Pode ser do tipo que nunca diz não ao filho, não estabelecendo limites.
6- PERSÉFANE (CORE)
PerséfonePerséfone: mulher atraída pelo mundo espiritual, pelo que está oculto modesta e discreta, mostra-se misteriosa e mística, reservada e inquietante. Vive dividida entre o mundo real e o desconhecido, poder ser ou ter pensamentos sombrios.
  • Enquanto personalidade, predispõe a mulher a não agir, e sim, a ser conduzida pelos outros, a ser complacente na ação e passiva na atitude.
  • Coré significa “jovem anônima”, representando a jovem que não sabe quem é e está inconsciente de seus desejos e força. Sua atitude é de eterna adolescente indecisa.
  • Como arquétipo de “filha da mãe”, acredita que a mãe sabe melhor qualquer coisa, quer agradar a mãe, sendo obediente.
  • Como arquétipo da “mulher-criança” (antes do rapto), vive inconsciente de sua sexualidade e beleza, permanecendo assim, em geral, pelo resto da vida.
  • O aspecto de rainha do inferno e guia do mesmo, desenvolve um resultado de experiência e crescimento. Simbolicamente, o inferno pode representar camadas mais profundas da psique. E neste caso, representa a habilidade de movimentar-se de um lado para outro, entre a realidade do mundo “real” baseada no ego e o inconsciente ou realidade arquetípica da psique. Quando este arquétipo está ativo, é possível para a mulher integrar os dois aspectos em sua personalidade.
  • As mulheres Perséfone, podem permanecer receptivas à mudança e jovens de espírito durante toda a vida.
Trabalho: Inclina-se a ter vários empregos, ao invés de uma profissão, e tende para onde a família e os amigos estão. Se sobressai em empregos que não requerem iniciativa ou persistência. Gosta quando tem um patrão a quem agradar. Embora o trabalho não seja importante, pode tornar-se diferente com o aspecto rainha do inferno. Então vai entrar num campo criativo, psicológico ou espiritual.
Mulheres: Sente-se bem com jovens como ela, e habitualmente experimenta novas situações em companhia de outras garotas, e não sozinha. Se é bonita, atrai mulheres amigas que não pensam em si mesmas como mulheres femininas, e acabam projetando sua feminilidade não desenvolvida nela, passando a tratá-la como alguém especial. Se for tratada como frágil durante a vida, assumirá esse papel. Sua amiga mais íntima, geralmente, tem forte personalidade. Perséfone evoca respostas maternais em suas relações com as mulheres.
Homens: Três tipos são atraídos pôr ela: os tão jovens e inexperientes como ela; os malandros atraídos pôr sua inocência e homens que não se sentem confortáveis com mulheres amadurecidas. A relação com um homem pode ser o meio que a faz separar-se da mãe dominadora. A mulher na fase Perséfone jovem, é como Bela Adormecida ou Branca de Neve, inconsciente de sua sexualidade, espera o príncipe vir acordá-la. E então, se descobrem mulheres apaixonadas e orgásmicas, um efeito positivo em sua auto-estima, pois antes sentia-se uma garota disfarçada de mulher. Por natureza, se submetem a opinião da pessoa mais forte. Não são competitivas e nem atrevidas.
Filhos: Não se sente autêntica como mãe, sendo insegura (precisa ter Deméter ativada para sentir-se mãe). Pode alimentar a imaginação de seus filhos e capacidade de brincar, compartilhando esses aspectos de si mesma com eles. Se ela cresceu além de Core-Perséfone, pode criá-los com vistas a valorizar a vida interior como fonte de criatividade.
7 – AFRODITE (VÊNUS)
AfroditeAfrodite – (Vênus): é a mulher que se deixa levar pelo amor. Feminina, atraente, pode vir a usar o amor como arma mortal, satisfazendo seus desejos. Sensual, sensível e refinada, está voltada principalmente para os relacionamentos humanos, para a beleza e inspiração nas artes.
  • A mais bela das deusas.
  • Seu arquétipo governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e da sensualidade das mulheres.
  • Afrodite impele as mulheres a preencherem funções criativas e procriativas, toda mulher apaixonada está embebida deste arquétipo.
  • É mais reconhecida pela sua atratividade do que pôr sua aparência. Seu arquétipo cria um carisma pessoal, um magnetismo.
Trabalho: Deve envolvê-la emocionalmente e gosta de variedade e intensidade. Somente quando está totalmente ocupada criativamente é que age bem. Assim, é provável ser encontrada na arte, música, escrita, dança, ou terapeuta, professora. Faz o que gosta, não o que dá dinheiro.
Mulheres: Estimula ciúme, e medo de perda em muitas mulheres que veem seus maridos reagindo a elas com crescente animação. Afrodite se abala com tais cenas de ciúmes, pois ela não é possessiva nem ciumenta. Têm várias amigas extrovertidas como ela. Algumas mulheres descobrem Afrodite através de relações homossexuais.
Homens: Tendem para homens que não são bons para elas, geralmente criativos, complicados, mal humorados ou emotivos. Tais homens não objetivam postos elevados ou autoridade, e não querem chefiar assuntos domésticos ou serem maridos ou pais.
Filhos: Gostam de crianças, o que é recíproco. E consegue um nível de comunicação profundo com a criança, através de seu olhar não julgador e compreensivo. Inspira os filhos com seu entusiasmo. Seus filhos geralmente têm sucesso. Ela sabe cativar os filhos, o que pode causar danos, complexos de Édipo etc.
 
Por Simone Luciaurea