quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A INFLUÊNCIA DA LUA NA VIDA DA MULHER

Desde a antiguidade a Lua tem sido venerada como a personificação do princípio divino feminino. Os cultos da Grande Mãe originaram-se na Era de Câncer (8.600 AC) e no decorrer dos milênios várias culturas e civilizações veneraram Deusas Lunares conhecidas sob diversos nomes e representações, de acordo com o país de origem. Os estudos das antigas tradições e mitologias revelam que a interpretação da Grande Mãe como uma Deusa Tríplice (Donzela, Mãe, Anciã) foi baseada no ciclo das fases da Lua (crescente, cheia,
minguante). Desde a antiga Babilônia três era um número sagrado simbolizando início, meio, fim/, nascimento crescimento, morte/, infância, idade adulta, velhice/, corpo, mente, espírito/, pai, mãe, filho.Como símbolo do princípio feminino a Lua representa os estados da alma, os valores do inconsciente, as emoções e o psiquismo, a receptividade, sensitividade, fertilidade, inspiração e intuição. As fases lunares caracterizam aspectos psicológicos e estágios de transformação que acompanham a trajetória mensal e anual da vida da mulher.A Lua influencia o desenvolvimento e o crescimento das plantas, o movimento das marés e dos fluidos corporais, o ciclo menstrual, a concepção, geração e nascimento do todos os seres vivos.Ao longo da história a Lua e as suas faces mutáveis têm sido o foco central de cultos e rituais, fonte de inspiração para poetas e trovadores, origem primordial dos calendários (baseados nos ciclos menstruais da mulher), marcador do tempo certo para atividades agrícolas, considerada um dos luminares da astrologia (juntamente com o Sol) e assunto de inúmeras pesquisas e explorações científicas e tecnológicas atuais.
À medida que as culturas antigas matrifocais centradas na Deusa e dos valores por ela representados foram desaparecendo sendo substituídas por hierarquias e estruturas patriarcais, o princípio lunar feminino foi sendo sobrepujado pelo princípio solar masculino.A Lua passou a ter conotações sombrias, ligadas aos aspectos instintivos, inconscientes e ocultos do ser humano, um sinônimo de inconstância e instabilidade emocional femininas e das práticas mágicas e atividades ocultas.No entanto, as últimas décadas do século XX têm trazido uma mudança cada vez mais acentuada nos conceitos e nas escalas de valores da humanidade. Aumentou a busca para o conhecimento e transformação interior, para a integração com a natureza e os seus elementos e seres, para a expansão da consciência e a realização espiritual. Ressurgiram as antigas tradições, práticas e conhecimentos esotéricos e a dimensão mágica e oculta da deusa Lua está sendo reativada no mundo inteiro pelos movimentos esotéricos,
ocultistas, feministas e ecológicos. A Deusa está se tornando cada vez mais presente no nosso mundo e a conexão com os atributos e significados lunares contribuem para criar um canal de recepção e difusão da Sua energia inspiradora, criadora e transformadora.As exigências impostas pelo mundo solar masculino obrigaram as mulheres a ignorar e se distanciar do seu lado lunar. Em uma sociedade que venera o pensamento científico, a razão e a ação, a intuição passou a ser ignorada, a emotividade reprimida e a sensibilidade - quando aumentada durante o ciclo menstrual – é considerada uma síndrome doentia e abafada com remédios. Ignorando a intuição, trocando a contemplação pela ação, negligenciando o Eu interior, escondendo as emoções, desistindo da criatividade em favor da produtividade, abriram-se as portas para o desequilíbrio emocional e mental, os erros de avaliação, as armadilhas afetivas, o afloramento do material psíquico desordenado e o distanciamento dos valores e práticas espirituais. Apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos, não se pode impunemente banir
de nossa existência centrada em parâmetros materiais, os sutis aspectos e influências lunares. Os valores solares prevaleceram na nossa sociedade, mas o lado lunar e as necessidades a ele relacionadas não pode ser apagado ou anulado. Por isso é benéfico e importante encontrar soluções práticas para contrabalançar de forma consciente as polaridades lunares e solares da nossa natureza.
 
 
Conhecer as características do seu signo lunar facilita compreender a estrutura emocional, reconhecer as motivações subconscientes e evitar as respostas instintivas ou racionais com a ajuda da intuição. A Lua rege a intuição, a memória, a relação com a mãe, os comportamentos familiares, os hábitos - tanto bons quanto maus - a expressão da feminilidade e o padrão emocional.Observar as fases lunares e suas influências sobre seu comportamento, saúde, humor, sensibilidade, sexualidade, apetite ou compulsões pode tornar-se um auxiliar precioso para detectar - e evitar - atitudes instintivas, reações exageradas ou hábitos perniciosos. A Lua exerce sobre a mulher uma influência determinante na sua constituição física e emocional, nos seus ciclos biológicos e hormonais, no seu equilíbrio psíquico e mental. Dezenas de estudos médicos e de estatísticas policiais comprovam o aumento do estresse
emocional durante a Lua cheia e nova, levando ao aumento de internações psiquiátricas, violências, acidentes, crimes e suicídios.As meditações em grupo, na Lua nova e principalmente na cheia, são recursos simples e práticos para equilibrar e reintegrar os hemisférios e equilibrar a polaridade soli-lunar. Por todo o mundo centenas de grupos espiritualistas, escolas ocultistas, organizações eco-feministas recomendam e realizam meditações lunares. Durante a Lua cheia a nossa psique se abre mais facilmente para as energias cósmicas e espirituais, amplificadas pelo magnetismo lunar. Ao se reunirem durante a Lua cheia as mulheres, além de se harmonizarem, criam um cálice luminoso que pode irradiar energias positivas para toda a humanidade e para o próprio planeta.

 

 
Nos rituais de plenilúnio invoca-se a Deusa no seu aspecto de Mãe, atraem-se as suas bênçãos por meio de invocações, gestos, cânticos e danças, direcionando depois o poder mágico assim criado para benefícios pessoais, coletivos ou globais. A energia da Lua cheia é perfeita para manifestar idéias, concretizar objetivos, expandir intenções e contatar a Deusa interior, reafirmando assim a ligação ancestral e espiritual com a Lua, eterna governanta do corpo feminino e reflexo prateado do brilho da Mãe Divina.
Tempestade Lunar

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O que é Shaabi


As informações contidas aqui são fruto de pesquisa pessoal, e de conversa em sala de aula e troca de informações com profissionais, como Khaled Emam, Hayat El Helwa, Lulu Brasil, Beatriz Simbiya Ricco, Mileni Nurhan, Claudia Cenci e Giuliana Scorza.

(matéria escrita em Maio/2012)
Não sou dona da verdade, sou uma eterna aprendiz, se algo estiver errado, por favor me falem, para poder corrigir e assim passar a informação correta. Veja bem.. errado, lá no Egito, pros Egípcios...e não o que você acha que está errado porque, não condiz com o que você acha.. certo?!...
SHAABI –
por Faridah Mahaila
Aqui no Brasil, até a pouco tempo, não se falava muito sobre shaabi... mas ele está entre as bailarinas a muito tempo, e ninguém nem sabia...
Antes de tudo vamos voltar no tempo..
Na década de 70, muita coisa aconteceu no Egito...
- Houve a perda de três cantores amados: Farid Al Atrache, Om Kalthoum e Abdel Halim Hafez, marcando o fim da época de ouro, do amor puro, inatingivel e da sexualidade reprimida.
- Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito, morre. O governo seguinte abre as portas do Egito para o ocidente, havendo maior turismo e fazendo com que o dinheiro fluisse.
- Mobilidade da população rural para o Cairo
- Surgimento das fitas cassetes e aparelhos de som.
Com o dinheiro fluindo, mesmo que pouco, as pessoas da classe trabalhadora puderam comprar aparelhos de som, e com a produção de fitas cassete, tanto caseira como pirata, puderam então sustentar uma voz, chamada “voz do povo”.
O pai do shaabi foi Ahmed Adaweya,  que nos anos 70 começou a cantar regularmente nos clubes em Shariaa al Haram (Pyramids Road). Com raízes baladi, voz rouca, e memoraveis Mawaweel (plural de Mawwal(*)), usou a voz para cantar canções de protesto e várias injustiças sociais. Seu primeiro cassete foi em 71. Sua popularidade cresceu e ele vendeu milhares de cassetes. Grandes bailarinas dançaram ao seu lado.. como Zouher Zaki, Fifi Abdo...
  
Mas afinal o que é Shaabi?
Não.. não é um bicho de sete cabeças, nem coisa “proibida”, muito menos somente baixaria e palhaçada.
Como uma palavra, Shaabi tem múltiplos significados em árabe: "Popular (do povo)" "populares"
A origem literal da palavra Shaabi (Sha'bi) em árabe egípcio é "das pessoas comuns". Aqui vamos nos referir a ela como a música criada por pessoas da classe trabalhadora, principalmente da geração mais jovem.
Como uma forma musical, Shaabi é a voz da rua, do povo; uma expressão urbana cheia de sentimento, duplos sentidos, comentário social, politica, etc.
O estilo de voz para o shaabi também é de fundamental importância, sendo sempre uma voz mais rude, sem muito refinamento.
As músicas tem combinações de instrumentos tradicionais e modernos.
Geralmente começa com Mawwal (nem todas). . que pode falar de amor, questões sociais, etc. O Mawwal não tem ritmo, mas pode ser acompanhado ou “respondido” por nai tradicional, acordeon moderno ou saxofone.
Após o Mawwal e antes da canção, a melodia é geralmente um ritmo rápido (ex. Maqsoum)
As músicas são curtas, com linguagem popular e gírias. As letras são bem simples.
Músicas baladis cantadas também são consideradas shaabi (confirmei esta informação com a mestra Hayat el Helwa e com o egipcio Khaled Emam)
Como uma dança, Shaabi reflete uma expressão verdadeira e autêntica do povo egípcio e seu humor, charme e brincadeira; os movimentos são mais “terra”, sem influencia de giros, nem grandes deslocamentos, passos principalmente com pé no chão, não é uma dança com postura elegante, como por exemplo de Nagwa Fouad, os movimentos são simples, os básicos tradicionais, mas a dança é muito cheia de sentimento e emoção. Expressão é característica fundamental, e pode ter alguns gestos relativos a letra da música, principalmente nos shaabis modernos.
A maioria das dançarinas profissionais do Cairo usam este estilo em seus shows, sendo Fifi Abdo sua maior expressão, com sua dança solta e leve, porém "grudada" na terra, sem praticamente nenhuma influência do ballet ou outras danças.
                                                                                                                         Fifi Abdo
Já a algum tempo, alguns bailarinos e coreógrafos egípcios, como Mohamed Shahin e Mohamed Kazafy, dão workshops, onde ensinam coreografias de shaabi, de uma maneira mais estilizada, com poucos giros e poucos deslocamentos ambos bem simples, mas nada que fuga da raiz, e é um pouco mais refinado.
Em sua essência, o shaabi, não é coreografado, é o tipo de dança que quando toca a música o povo levanta e começa a dançar.
Como em toda dança e em todo lugar, temos que ter cuidado com o que vemos na internet..
Tem muitos videos de mulheres dançando shaabi, escandalosamente, com mini saia, as vezes salto bem alto, e com perna aberta, apelativo mesmo...mas temos que lembrar que essas seriam as consideradas  “prostitutas”  (não sei se posso usar essa palavra, mas acho que talvez pra eles seja) que são contratadas para dançar daquela maneira mesmo, geralmente nos casamentos shaabi. E não é só shaabi que essas moças dançam...
Não é porque é shaabi que é baixaria, cuidado!!!
Não é legal e nem ético de nossa parte, representar uma cultura e um povo, se baseando nesses videos apelativos...
Tem muitos outros videos onde se tem a dança “normal”..  estude esses videos, se baseie neles.. alguns são engraçados, porque são pedaços de filme, e esses filmes são de comédia, outros são as mulheres dançando, mas nada  super pelativo nem vulgar.
Shaabi é sim uma dança pra se dançar em qualquer  lugar.. restaurante, palco, festas, etc.. só tem que se ter o cuidado com a letra, porque alguns shaabis não são pra dançar ou então a letra é meio “pesada”, e sempre lembrar que é dança de raiz, nada de passos que fugam do mais tradicional..  
O que já fica difícil aqui no Brasil, pois a dança aqui foi sendo muito lapidada ao longo dos anos, tem muita influência de ballet e outras danças, ficando então realmente dificil conseguir representar o verdadeiro shaabi, porque não só a música, a roupa e passos né gente.. é toda a ginga, a pegada... e o sentimento...
Não é só sair fazendo um teatro, ou coisas engraçadas, ou pior... meio piriguete...
Como a Farida Fahmy disse em uma entrevista (não é sobre shaabi), não descaracterize o povo e a cultura em sua essencia, inventando coisas pra dançar..
Não é entrar no palco, mascar chiclete, dançar igual “piriguete”, com perna aberta, etc..
cuidado gente... não represente o lado ruim... represente o lado bom!
Vou fazer uma analogia pra ver se entendem melhor, veja bem analogia.. uma coisa não é a outra, nem se compara... Nada se compara... sempre lembre-se disso.
Vamos pensar na Bahia.. lá temos o axé.. musicas simples, alegres, com letras bem simples... tem as mulheres que dançam por divertimento, as que dançam como profissão pois são bailarinas, e as que dançam mais apelativo... bem ai tem tudo um problema social, que não citarei, mas que sabemos a triste realidade... bem quando dançamos axé iremos dançar legal, se divertindo, sensual talvez, mas nada demais, bem pelo menos eu não.. rsrs... é isso.. não iremos dançar shaabi se baseando nas mulheres que dançam apelativamente..
Agora uma outra analogia ainda na Bahia.. pegue esse povo mais pobre da Bahia, mesmo com tanta dificuldade, eles ainda fazem música, e tem alegria de viver, e transbordam muito essa alegria...
Entende o sentimento...? imagina então no Egito que além de tudo, o povo sempre teve muita repressão de tudo, e mesmo assim, tem essa alegria de viver, essa vontade de tentar melhorar a realidade, a dança e a música, seriam como uma “libertação”, é divertido e as vezes engraçado sim, mas não é só palhaçada... Pode ser palhaçada, mas isso não é ridículo, porque pra eles tem significado real... talvez quem nunca teve dificuldade na vida não entenda, ou quem nunca teve problemas sérios qualquer que seja, financeiro, emocional, etc, também não entenda essa alegria toda deles e o porque da dança tão solta, simples, alegre e cheia de emoção.. numa música que seria considerada “pobre”, simples, e com letras “bobinhas”... ai aqui no Brasil rotulam como somente palhaçada, algo meio vulgar, ou fútil... mas não é... É toda uma cultura, um povo sofrido, e que tem forças pra viver feliz... pra eles tem significado! e isso tem que ser respeitado!
Não é so a classe pobre que gosta e dança shaabi. São todos.. até em casamento rico, tem o momento da música e dança shaabi.. cuidado ao se classificar as coisas...
Shaabi atualmente é a onda no Egito.. está na moda..
Toca nas ruas, nos onibus, em casa noturnas, em casamentos, shows...
"Dentro da sua rotina oriental essa música deve estar no meio ou no final e nunca no início. Pois o início é o seu mecanse (introdução), escolha colocar num momento em que você gostaria de brincar com o público e é primordial saber a letra, pois é uma dança irônica e temos que o tempo todo estar transmitindo a intenção do autor através de brincadeiras, gestos, expressões faciais e corporais e o mais difícil tentar ao máximo traduzir com todos esses gestos para quem não entende a língua árabe e o que o autor esta querendo dizer.” (Hayat El Helwa)
“Originalmente no shaabi se usava galabeya. Hoje em dia, com as regras de palco e show mudadas, pode-se também dançar shaabi usando duas peças como figurino.” (Diana Tarkhan - Cairo). Tem quem use também calça jeans. As vezes algumas usam um sapato com salto, mas nada salto super alto e fino e bico finérrimo... lembre-se de averiguar o que pode ter lá ou não.. tem dúvida, não use... não imagine.. aaa eu acho que.. nãooo.. não faça, não use!
Bem eu particularmente uso a galabeya, acho legar quando vamos representar uma cultura e um dança tão “deles”, manter a uma vestimeta mais tradicional.
Cantores populares :Hakim, Shaban Abdul Raheem, Sami Ali, Sahar Hamdy, Saad El Soghayar, Khaled Agag, Hassan El Asmar,  Magdy Talaat and Magdy Shabin, Ameina, Marwa, Baarour.
Ainda hoje em dia há muita repressão no Egito, e muitas vezes músicas shaabi são censuradas nos meios de comunicação. Mas com a pirataria, internet e celular, as musicas são passadas ao publico.
Há tambem, uma enorme quantidade de músicos shaabi, que são conhecidos como DJ Sufi e DJ Mulid. Eles saíram das Mulidas (festas religiosas), e remixaram músicas para a juventude dançar.
“Desde a virada do século 20, Mohamed Ali Street era o centro Shaabi principal desses artistas baladis urbanizados  - artistas que tiveram suas raízes no país. Hoje, graças ou não graças à gentrificação das peças históricas do Cairo e os necessidades econômicas para ir para os arredores do Cairo, como a Feisal Street e Pyramids Road, o novo centro Shaabi principal para os artistas - os músicos e cantores - é o celular e a internet. Os bairros Shaabi estão agora ligados - quase como em um centro virtual Shaabi.”
“No Cairo existe um local famoso nas montanhas iluminado somente por velas onde de um lado tem uma tenda beduína montada para Dança Baladi e bem próximo uma outra tenda beduína para a Dança Shaabi e onde temos condições de presenciar os dois estilos simultaneamente. As músicas são diferentes, a maneira de dançar e as roupas também. Embora, nesse mesmo local presenciei dançarinas locais dançando com o traje de duas pecas e não galabya.” (Hayat El Helwa)
Espero poder ter ajudado um pouco a entenderem melhor..
Lembre-se sempre.. não é só uma dança e uma música.. é uma cultura e uma história por trás... respeitem isso...não vamos deturpar ainda mais as coisas... né?!
(*) Mawal é uma improvisação do cantor
“MAWWAL = improvisação baladi ou saidi, onde as letras das músicas falam de amor romântico, amizade, modo de vida baladi. No NEO-MAWWAL (Shaabi), as letras são mais explícitas, fala-se da amizade e do modo baladi de viver, mas cantando com modulações de linguagem como sarcasmo, metáforas e ironia.” (mestra Hayat El Helwa)

 
Aqui Dina e Saad na cena de um filme, música El Enab (as uvas)
 
Saad e pessoas dançando shaabi

Este tipo de shaabi é muito divertido. Às vezes, um cantor tem um grupo de rapazes dançando.